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sexta-feira, 31 de maio de 2024

Os Emblemas das Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira - Parte 5

 

A Aviação Militar não é fascinante apenas pelas suas aeronaves e as missões que cumprem em tempos de paz ou de guerra, controlando, defendendo e integrando territórios e céus, através de suas mais diversas funções e tarefas, seja na Caça, Ataque, Transporte, Reconhecimento, Asas Rotativas, Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Treinamento, dentre tantas outras. A ideia de utilizar símbolos para representar e identificar grupos ou exércitos no campo de batalha ganhou notoriedade na Idade Média e permanece sendo utilizada até os dias atuais. Inserida nas forças militares, a Aviação não é diferente, com as cores e formas dos Emblemas das Unidades Aéreas, estampando as fuselagens das aeronaves ou os trajes de voo das tripulações. Esses Distintivos ou Escudos e os elementos impressos em cada um deles, contam muito sobre a própria história dos Esquadrões ou as tarefas e atividades que realizam. Para tratar desse assunto pouco explorado e difundido, o site Aviação em Floripa preparou um conjunto de conteúdos, trazendo aos seus leitores, esse fantástico universo. Aqui você vai encontrar um guia atualizado, mostrando as Unidades Aéreas pertencentes aos três braços aéreos das Forças Armadas brasileiras, suas aeronaves, os Emblemas e seus significados, além de muitos detalhes e informações a respeito de cada uma delas, tudo reunido em infográficos exclusivos e individuais, além de outros componentes visuais especialmente elaborados para esta matéria. Boa leitura!

Olhos vigilantes sobre terra e mar! Com esta responsabilidade, voam os Esquadrões pertencentes às Aviações de Reconhecimento e Patrulha, o tema da quinta parte da série sobre as Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira e seus Emblemas. Valendo-se de radares, sensores, câmeras ou simplesmente da visão aguçada e treinada dos Observadores a bordo, em muitas situações, as aeronaves de Patrulha Marítima e de Reconhecimento são as primeiras e as últimas a atuar sobre o campo de batalha, observando as movimentações do oponente ou coletando valiosas informações e imagens, vitais para o planejamento e a estratégia dos Comandantes militares. Em tempos de paz, desempenham um papel fundamental na manutenção da soberania do país, através da integração do território nacional, na proteção de nossas fronteiras terrestres e marítimas e no controle do espaço aéreo brasileiro.

Nota Editorial: Se você perdeu a introdução a esta temática, referente à Heráldica na Aviação Militar brasileira e os conteúdos anteriormente publicados ou, simplesmente quer revisitá-los, basta clicar sobre os banners abaixo:










A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, estabelece como Mar Territorial de qualquer nação, uma faixa com largura de 12 milhas (cerca de 22 quilômetros), a partir da linha da praia. Alguns países, incluindo o Brasil, possuem também uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE), região que se estende até 200 milhas (370 km) mar adentro, na qual se tem direitos e responsabilidades sobre este espaço, no tocante à exploração dos recursos naturais, proteção ambiental e fiscalização, por exemplo. É missão constitucional da Força Aérea Brasileira, efetuar a partir do ar, a vigilância e a salvaguarda de nossas riquezas, identificar crimes ambientais, além de planejar e executar missões de Busca e Salvamento que vão além dos limites da Zona Econômica Exclusiva. Para cumprir estas tarefas, atualmente a Aviação de Patrulha da FAB é composta por três Unidades Aéreas, estrategicamente posicionadas ao longo da costa brasileira, todas elas vinculadas ao 7º Grupo de Aviação. Além da qualificação técnica para conduzir as aeronaves, as tripulações precisam ter um alto grau de preparo em outras áreas, como Guerra Eletrônica, Guerra Antissubmarino e de Superfície, de forma a operar os sofisticados equipamentos eletrônicos e sensores a bordo. Ademais, é necessário ainda, conhecer os diferentes tipos e classes de embarcações militares e mercantes.

Assim como a Patrulha, o Reconhecimento desempenha um importante papel estratégico para o país. Em 2017, a FAB iniciou uma grande reestruturação operacional e com ela, surgiu o conceito chamado de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), integrando as duas Aviações, seus meios aéreos e tripulações, dentro de uma mesma doutrina de emprego, incluindo o uso de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs). Se em situações de conflito, as aeronaves são vitais, em tempos de paz, não é diferente. Diuturnamente, as três Unidades Aéreas que compõem a Aviação de Reconhecimento da FAB são acionadas para executarem uma diversidade de ações ligadas à integração do território nacional, em parceria com a Polícia Federal, IBAMA e outros Organismos Governamentais das esferas Estadual e Federal, no combate a crimes ambientais (queimadas, desmatamentos e garimpos ilegais), demarcação de fronteiras e identificação de pistas clandestinas. Outro ramo de atuação diz respeito à vigilância e controle do espaço aéreo, tarefa essencial para a manutenção da soberania brasileira. Conheça a partir de agora, através de infográficos exclusivos, a estrutura atual, as aeronaves e os Emblemas dos Esquadrões de Patrulha e de Reconhecimento da FAB.






O 1º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação, o Esquadrão Poker, sediado em Santa Maria/RS, embora seja considerado membro da Aviação de Reconhecimento, é na sua essência, uma Unidade Aérea de Caça, portanto, o seu infográfico e informações estão disponíveis na primeira parte desta série de matérias. Em breve, o site Aviação em Floripa estará publicando o sexto e último conteúdo sobre os Emblemas das Unidades Aéreas da FAB, abordando os Esquadrões independentes, aqueles que não são agrupados dentro de um mesmo tipo de missão. Aguardem!


sexta-feira, 24 de maio de 2024

Os Emblemas das Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira - Parte 4

A Aviação Militar não é fascinante apenas pelas suas aeronaves e as missões que cumprem em tempos de paz ou de guerra, controlando, defendendo e integrando territórios e céus, através de suas mais diversas funções e tarefas, seja na Caça, Ataque, Transporte, Reconhecimento, Asas Rotativas, Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Treinamento, dentre tantas outras. A ideia de utilizar símbolos para representar e identificar grupos ou exércitos no campo de batalha ganhou notoriedade na Idade Média e permanece sendo utilizada até os dias atuais. Inserida nas forças militares, a Aviação não é diferente, com as cores e formas dos Emblemas das Unidades Aéreas, estampando as fuselagens das aeronaves ou os trajes de voo das tripulações. Esses Distintivos ou Escudos e os elementos impressos em cada um deles, contam muito sobre a própria história dos Esquadrões ou as tarefas e atividades que realizam. Para tratar desse assunto pouco explorado e difundido, o site Aviação em Floripa preparou um conjunto de conteúdos, trazendo aos seus leitores, esse fantástico universo. Aqui você vai encontrar um guia atualizado, mostrando as Unidades Aéreas pertencentes aos três braços aéreos das Forças Armadas brasileiras, suas aeronaves, os Emblemas e seus significados, além de muitos detalhes e informações a respeito de cada uma delas, tudo reunido em infográficos exclusivos e individuais, além de outros componentes visuais especialmente elaborados para esta matéria. Boa leitura!

No momento em que esta matéria está sendo publicada, as Aviações de Asas Rotativas e de Busca e Salvamento da FAB estão sendo protagonistas de ações heroicas no Rio Grande do Sul, em razão da catástrofe climática que se abateu sobre aquele Estado, desempenhando um trabalho grandioso, abnegado e incansável para salvar vidas.. Dando continuidade a nossa série sobre a Heráldica ligada aos Emblemas de Aviação Militar brasileira e como uma homenagem ao esforço e dedicação de todos os envolvidos nos resgates e ajuda ao povo gaúcho, o conteúdo que preparamos vai abordar os Esquadrões ligados às atuais Unidades Aéreas da FAB que operam com helicópteros.

Nota Editorial: Se você perdeu a introdução a esta temática, referente à Heráldica na Aviação Militar brasileira e os conteúdos anteriormente publicados ou, simplesmente quer revisitá-los, basta clicar sobre os banners abaixo:





Na quarta parte da série de matérias exclusivas sobre os Esquadrões da Força Aérea Brasileira, chegou a vez de apresentarmos aos nossos leitores, as Aviações de Asas Rotativas e de Busca e Salvamento, dois importantes braços operacionais da FAB que compartilham entre si, muitas características em comum, tanto em termos de aeronaves, como nas suas atribuições. A enchente histórica e sem precedentes que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, vem demonstrando para a sociedade, o valor do helicóptero como uma ferramenta fundamental para as tarefas de busca, resgate e salvamento de vidas. A capacidade de voar em baixas altitudes e velocidades e principalmente, realizar o voo pairado é essencial para o sucesso destas missões. Da mesma forma, o trabalho coordenado, a dedicação e o empenho das tripulações (Pilotos, Observadores, Mestres de Carga, Mecânicos de Voo e Equipes de Resgate), têm feito a diferença quando o socorro que vem do céu, muitas vezes, representa o último fio de esperança para quem está isolado pelo tormento das águas. Dos inúmeros ensinamentos e lições que essa tragédia certamente trará, fica evidente a necessidade de contínuos investimentos, para que as Unidades Aéreas de nossas Forças possam ter a seu dispor sempre, meios aéreos modernos, eficientes e em quantidade. 




O Oitavo Grupo de Aviação congrega boa parte das Unidades Aéreas de Asas Rotativas da Força Aérea Brasileira. São cinco Esquadrões distribuídos pelo país, que executam diversas tarefas em ações específicas de Força Aérea, em apoio a Organismos e Instituições governamentais ou à população, em situações de Calamidade Pública, por exemplo. Além destes cinco Esquadrões, mais três Unidades operam com helicópteros em suas frotas e são consideradas pertencentes à Aviação de Asas Rotativas, sendo uma delas, dedicada à Formação dos futuros Pilotos de helicópteros. As outras duas são mistas, ou seja, operam com aviões e helicópteros e são responsáveis por transportar as mais altas Autoridades do país e pela tarefa de Busca e Salvamento (SAR). Embora esta função seja desempenhada por diversas outras Unidades Aéreas da FAB ligadas às Aviações de Asas Rotativas, Transporte e Patrulha, é o Esquadrão Pelicano que tem a atividade SAR no seu DNA, como missão primária e dedicada. Conheça a partir de agora, através de infográficos exclusivos, a estrutura atual, as aeronaves e os Emblemas dos Esquadrões de Asas Rotativas e de Busca e Salvamento da FAB.








Nossos leitores mais atentos talvez tenham sentido falta do infográfico contendo os dados referentes ao Terceiro Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE-3), responsável pela operação com os helicópteros VH-35 e VH-36. A ausência é justificada por esta Unidade Aérea já ter sido publicada junto com os demais Esquadrões da Aviação de Transporte, na segunda parte desta série de artigos. Assim, para evitar a duplicidade de conteúdo, optamos por não trazê-lo novamente aqui. Para quem tiver interesse em conhecer ou revisitar as informações e detalhes sobre o GTE-3, pode acessar o banner referente à Aviação de Transporte, disponível no começo desta matéria. 

Algumas Unidades Aéreas da FAB, por causa de suas missões, acabam pertencendo a mais de uma Aviação. Nesta publicação, temos como exemplo, o 2º/10º GAv, que é considerado um Esquadrão de Asas Rotativas e também de Busca e Salvamento. Outro caso é o 1º/10º GAv, o Esquadrão Poker, Unidade Aérea da Aviação de Caça e, ao mesmo tempo, integrante da Aviação de Reconhecimento. E por falar em Reconhecimento, esta é uma das Aviações que serão abordadas na parte 5 desta série de matérias sobre as Unidades Aéreas e seus Emblemas. Não percam!


sexta-feira, 10 de maio de 2024

Base Aérea de Florianópolis em apoio à Operação Taquari 2

 

Desde a última quarta-feira (8/5), a Base Aérea de Florianópolis se juntou à Operação Taquari II, um grande esforço do Ministério da Defesa e das Forças Armadas brasileiras em socorro às vítimas atingidas pela tragédia climática no Estado do Rio Grande do Sul. Uma aeronave SC-105 Amazonas SAR deslocou-se de Campo Grande/MS para a capital catarinense, com o objetivo de realizar buscas por pessoas em situação de risco e que necessitem de resgate. A aeronave pertence ao 2º Esquadrão do 10º Grupo de Aviação (2º/10º GAv), também conhecido como Esquadrão Pelicano, Unidade Aérea da FAB especializada neste tipo de atividade. Com as Bases Aéreas de Canoas e Santa Maria, diretamente envolvidas nas ações de resgate, concentrando as operações com os helicópteros, instalação de Hospitais de Campanha, entre outras ações emergenciais, Florianópolis está servindo de ponto de apoio para as operações no Estado vizinho.




SC-105 Amazonas SAR, aeronave especializada em Busca e Salvamento, está em Florianópolis, auxiliando no trabalho de localização de pessoas em situação de risco no Rio Grande do Sul. Imagens: Arquivo do autor.

Infográfico: FAB/Divulgação

Os voos estão sendo realizados pela aeronave com a matrícula FAB 6550, um dos três aviões deste tipo em serviço com a Força Aérea Brasileira. A bordo, seguem militares do Esquadrão Pelicano, com a função de localizar vítimas em terra através de buscas visuais e utilizando os sensores e câmeras que equipam a aeronave. Após cerca de 1 hora de voo, o avião chega aos locais onde as ações estão sendo realizadas, permanecendo em torno de sete horas sobrevoando as regiões atingidas, antes de retornar para a Base Aérea de Florianópolis. Ao localizar pessoas ilhadas ou que necessitem de ajuda, as coordenadas são marcadas e repassadas para as equipes de resgate mais próximas. Cada voo traz esperança para quem aguarda a ajuda que vem do céu e representa novos desafios, que requerem uma grande concentração, atenção e esforço da tripulação em prol do objetivo da missão que é o de salvar vidas. Além do suporte logístico à operação do SC-105 Amazonas, a Base Aérea de Florianópolis também está atuando como ponto de apoio para o deslocamento de outras aeronaves da Força Aérea Brasileira em direção ao Rio Grande do Sul. Também está funcionando como um ponto de coleta, recebendo e encaminhando doações de alimentos, água, roupas e materiais de primeira necessidade para os atingidos pelas enchentes. 

Busca visual sobre as áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a partir da aeronave SC-105 Amazonas. Foto: FAB/Divulgação

O tarefa de Busca e Salvamento é uma das muitas atribuições da Força Aérea Brasileira, um trabalho dedicado e anônimo, que somente ganha os holofotes e a atenção da grande mídia, em situações como a catástrofe climática que vem assolando o Estado do Rio Grande do Sul, onde a FAB, juntamente com os demais ramos das Forças Armadas, além de diversas Instituições Municipais, Estaduais e da Sociedade Civil, vêm atuando em uma grande corrente de solidariedade e de união de esforços. O SC-105 Amazonas é uma ferramenta valiosa para a Operação Taquari 2. O emprego desta aeronave amplia substancialmente a capacidade da FAB na identificação de possíveis pontos de busca e áreas de interesse para os helicópteros e equipes engajadas nos resgates.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Voando nas asas do Pégaso

 

Nos contos da Grécia antiga, Pégaso, era um cavalo alado, símbolo da imortalidade, nascido do sangue da Medusa quando foi decapitada pelo herói Perseu, tendo como seus principais valores, a inteligência e o espírito nobre. Este ser mitológico, eternizado no céu noturno com uma constelação, também empresta seu nome e suas virtudes para uma das Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira, o 5ª Esquadrão de Transporte Aéreo. Durante o Exercício Técnico ASSAET, que aconteceu em Florianópolis, no período de 21 de abril a 6 de maio, o site Aviação em Floripa obteve autorização para uma experiência marcante, participar de uma das missões do treinamento, a bordo de uma aeronave C-95M Bandeirante do Esquadrão "Pégaso", que tem sua sede na Base Aérea de Canoas/RS. Se isso não bastasse, a ocasião rendeu a oportunidade rara para poder fotografar do ar, os aviões voando em formação, próximos entre si, tendo como cenário de fundo, as belas paisagens da Ilha de Santa Catarina e regiões próximas. É este relato que você passa a acompanhar a partir de agora. Embarque conosco em mais esta matéria exclusiva, repleta de fotos e informações. Um conteúdo diferenciado que os nossos leitores já estão acostumados a encontrar aqui no site. Escolham seus assentos, apertem bem o cinto e tenham todos uma ótima leitura!!

O voo que participamos foi realizado por um Elemento de C-95CM Bandeirante, termo utilizado na Aviação Militar para designar a atuação conjunta e coordenada de duas aeronaves, composto pelos FAB 2341 (5º ETA, Canoas/RS) e FAB 2342 (3º ETA, Galeão/RJ), em cumprimento de uma das missões relativas ao Exercício Técnico ASSAET 2024. Entretanto, antes da decolagem, é necessária a realização do briefing, uma reunião entre as tripulações envolvidas, na qual os aspectos da missão são apresentados e discutidos. Além do que se vai executar, tudo ligado diretamente ao voo é repassado, frequências de rádio, rotas, alternativas de pouso, procedimentos em casos de panes ou emergências, absolutamente nada é deixado de lado.



Alguns momentos da reunião antes do voo, na qual todos os detalhes da missão são apresentados.

Cumprida esta etapa, chegou enfim, o momento de dirigir-se para os aviões, já abastecidos e prontos para o voo no pátio da Base Aérea de Florianópolis. Fomos no "Pégaso 41", um C-95CM Bandeirante com a matrícula FAB 2341, pertencente ao 5º Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA), definido como o Ás, Líder do Elemento, tendo o FAB 2342, outro C-95CM, este porém, do 3º Esquadrão de Transporte Aéreo (3º ETA), na função de Ala. A escolha pelo embarque no FAB 2341 não foi por acaso e teve o propósito de permitir a realização das fotos em voo da outra aeronave, como veremos mais adiante. A ideia, discutida previamente com os Pilotos, era registrar a missão e no regresso para o Aeroporto Hercílio Luz, efetuar as imagens aéreas do Ala. A tripulação do "Pégaso 41" estava composta por dois Pilotos (1P e 2P) e mais quatro graduados da Unidade Aérea, entre Mecânicos de Voo e Mestres de Carga. A bordo, seguiram ainda, como Observadores, este Editor e dois militares da Base Aérea de Florianópolis, um deles, a Segundo-Tenente Dalla-Lana, Chefe da Comunicação Social da Base, que nos acompanhou em todas as atividades para esta matéria.

C-95CM Bandeirante FAB 2341 no pátio da Base Aérea de Florianópolis. O avião em que voamos.


Seguindo pela taxiway "Charlie", em direção à pista 14/32 de Florianópolis.

Alinhando para a decolagem.

A decolagem ocorreu a partir da cabeceira 14.

Logo após a decolagem, a porta traseira foi aberta, mantendo-se nessa posição até próximo do pouso.




Rumo a São Pedro de Alcântara, local definido como a Zona de Lançamento (ZL).

Com exceção da decolagem e pouso, no restante do tempo, atendendo aos requisitos da missão, a porta traseira permaneceu aberta. Este foi o local escolhido para fazer as imagens que compõem esta matéria. Entretanto, para estar ali, é necessário utilizar um equipamento de segurança chamado de "macaquinho", muito comum em operações na Aviação de Transporte. Em ações que envolvam a abertura de rampa traseira ou portas laterais em voo, o emprego deste dispositivo é fundamental. No caso do C-95, ele é conectado a um cabo de aço que percorre toda a parte superior do compartimento de carga e passageiros.

O objetivo da missão era realizar um lançamento simulado de carga em um ponto pré-definido, com o propósito de suprir uma fração de Tropa no terreno. Esta tarefa é chamada de Ressuprimento Aéreo e é uma das muitas atribuições que fazem parte do cotidiano dos Esquadrões da Aviação de Transporte da Força Aérea Brasileira. Ela pode ser desempenhada tanto em tempos de paz, como no caso de catástrofes naturais, levando alimentos, remédios e água para populações isoladas, como em situações de conflito, abastecendo soldados com equipamentos e munições para o combate. Em ambos os casos, o palavra-chave para se atingir o objetivo é uma só: precisão. São muitos fatores e variáveis que podem influenciar o sucesso da missão, entre os quais, as condições meteorológicas, relevo, obstáculos naturais, presença de edificações, altitude e velocidade da aeronave. Embora a tecnologia a bordo auxilie o trabalho, é somente com muito treinamento que realmente se consegue "bingar um alvo" no solo. Por este motivo, exercícios como este que aconteceu em Florianópolis, são tão importantes.

Tudo é feito de forma simulada, porém, utilizando-se das mesmas técnicas e procedimentos de uma situação real. O exercício realizado em Florianópolis teve como um de seus focos, as missões de Ressuprimento Aéreo em situações de combate. Neste caso, as aeronaves precisam executar manobras e táticas compatíveis, voando em formações e altitudes que garantam atingir o objetivo e, ao mesmo tempo, o retorno para casa com segurança. Cada voo traz uma grande quantidade de ensinamentos e representa uma valiosa oportunidade para que as tripulações possam treinar e aprimorar suas habilidades.


No voo que acompanhamos, a Zona de Lançamento (ZL) encontrava-se na área rural do município de São Pedro de Alcântara, distante cerca de 40 km da capital catarinense. Após a decolagem pela cabeceira 14 da pista principal do Aeroporto Hercílio Luz, as aeronaves posicionaram-se em Formação Tática, com o Ala seguindo atrás do Ás, mantendo-se a uma distância de 500 a 1.000 metros. A rota seguiu via Baía Norte, até a posição chamada de "Trapiche", com a posterior entrada rumo oeste em direção ao objetivo. Toda a navegação até o objetivo é marcada por diversos pontos na carta de voo, coincidindo com referências no solo, os quais devem ser alcançados em um determinado tempo, a fim de permitir o lançamento da carga na hora exata. Tudo é cronometrado e caso ocorra algum imprevisto ou atraso em rota, ele deve ser compensado até a chegada das aeronaves ao próximo ponto.

O planejamento da missão indicava a utilização de Navegação a Baixa Altura (NBA), durante a fase de lançamento, com o intuito de garantir maior precisão, além de ações evasivas após a soltura da carga. Em caso de conflito com forças inimigas, voando sobre território hostil, estas atitudes minimizam a chance das aeronaves ficarem vulneráveis à artilharia antiaérea do oponente. Entretanto, ao se aproximar da ZL, a mudança nas condições meteorológicas, motivada pela entrada antecipada de uma Linha de Instabilidade associada à chegada de uma Frente Fria na região da Grande Florianópolis, fez com que o procedimento de NBA e o lançamento fossem cancelados. Necessário dizer que, como se tratava de uma atividade simulada apenas e, prezando sempre pela Segurança de Voo, a decisão foi assertiva. Em uma situação real, dependendo do nível de urgência ou necessidade, talvez algo a mais pudesse ser feito para concluir a missão, o que não era o caso, naquele momento.


Vista do interior do município de São Pedro de Alcântara. Neste ponto as aeronaves deveriam baixar para uma altitude de 500 pés sobre o terreno a fim de realizarem o lançamento da carga, entretanto, a rápida degradação das condições meteorológicas obrigou o cancelamento da atividade.


Infográfico mostrando os detalhes da missão e a rota simplificada do voo. Fonte do mapa: Google Maps

No retorno para Florianópolis, com as aeronaves voando próximas entre si, rendeu a oportunidade que aguardávamos para poder fazer as imagens do FAB 2342 a partir do nosso avião. São estes raros momentos que emolduram a foto de capa desta matéria e os demais registros que nossos leitores podem conferir mais abaixo. Após algumas órbitas sobre a Baía Norte e já com uma intensa "cortina" de água se avizinhando do Aeroporto Hercílio Luz, a aproximação para o pouso foi rápida e certeira. Logo após o toque na pista, ainda durante o táxi em direção ao pátio da Base Aérea de Florianópolis, a chuva chegou e nos restou apenas, aproveitar o restante do viagem. 

De volta ao litoral, é chegado o momento da reunião entre as duas aeronaves.



























Na perna do vento para a cabeceira 14. Observe a "parede de água" ao fundo, se aproximando do Aeródromo.



O site Aviação em Floripa agradece à Força Aérea Brasileira, através do seu Centro de Comunicação Social (CECOMSAER) e do Comando de Preparo (COMPREP), pela autorização em poder participar do voo. Ao Comando da Base Aérea de Florianópolis, Seção de Comunicação Social (SCS/BAFL) e Grupo Operacional (GOP/BAFL), pelos trâmites necessários junto aos órgãos superiores; à Segundo-Tenente Dalla-Lana, pelo empenho demonstrado para a realização desta matéria e acompanhamento durante todo o período de nossa visita. Um agradecimento especial às tripulações dos FAB 2341 e FAB 2342, pelo voo e apoio para a obtenção das imagens aéreas. Enfim, a todos que tornaram esta fantástica oportunidade possível, fica aqui registrado o nosso Muito Obrigado!