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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Base Aérea de Florianópolis sedia treinamento com Esquadrões de Transporte

 


Nos últimos dias, os céus da capital catarinense e região próxima, têm recebido a visita de aviões de transporte da Força Aérea Brasileira. Voando em formação, por onde passam, chamam a atenção da população, mais acostumada com o som e as silhuetas dos grandes jatos comerciais, chegando ou partindo do Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Para responder à curiosidade dos nossos leitores e do público em geral, o site Aviação em Floripa preparou esta matéria, trazendo muitas informações sobre o treinamento, além de imagens exclusivas. Saiba a partir de agora, quais são as aeronaves que estão sendo empregadas e o motivo da presença delas em Florianópolis.

Desde o dia 21 de abril, a Base Aérea de Florianópolis está sediando o Exercício Técnico (EXETEC) ASSAET 2024, com a participação de duas Unidades Aéreas pertencentes à Aviação de Transporte da Força Aérea Brasileira (FAB), são elas, o 3º e o 5º Esquadrões de Transporte Aéreo, localizados respectivamente no Galeão/RJ e em Canoas/RS. O treinamento tem o objetivo de propiciar a manutenção operacional das tripulações, além de capacitar os novos integrantes de ambas as Unidades, tanto no planejamento quanto na execução de ações de Força Aérea ligadas à atividade de Transporte, entre elas, o Ressuprimento Aéreo, Assalto Aeroterrestre e Infiltração Aérea. Outro aspecto fundamental do Exercício é o aperfeiçoamento da capacidade de desdobramento das Unidades Aéreas para outros pontos do país, principalmente no que tange à infraestrutura e logística para o apoio e movimentação de pessoal, equipamentos e materiais necessários para a execução das operações aéreas. Por se tratar de dois Esquadrões que cumprem as mesmas atribuições em seu cotidiano, também vale destacar, o intercâmbio, a troca de informações e experiências, entre todo o pessoal envolvido, incluindo Pilotos, Mestres de Carga, Mecânicos e outros. É importante ressaltar ainda que, durante o período de realização da manobra, está havendo o rodízio das equipagens, permitindo que mais componentes das duas Unidades Aéreas possam passar pelo adestramento.





O modelo de aeronave que está sendo empregado é o C-95M Bandeirante, um bimotor turboélice fabricado pela Embraer e operado por cinco dos seis Esquadrões de Transporte Aéreo atualmente ativos na FAB. É um avião extremamente versátil e confiável, sendo também utilizado na formação dos futuros pilotos de aeronaves multimotores da Força Aérea Brasileira. Em Florianópolis, estão dois aviões pertencentes ao Esquadrão Pioneiro (3º ETA), sendo um C-95BM (FAB 2346) e um C-95CM (FAB 2342). Já o Esquadrão Pégaso (5º ETA), participa com o C-95CM, com a matrícula FAB 2341. Ambas as versões, "BM" e "CM", são modernizadas e contam com a cabine de pilotagem dotada de instrumentação digital, além de uma ampla porta de cargas, localizada na lateral esquerda da seção traseira da fuselagem. Externamente o que diferencia os dois modelos e facilita a identificação, é um pequeno refinamento do projeto do C-95, ditado pelos estabilizadores horizontais, que são dispositivos do sistema de controle de voo, cuja função é atuar na estabilização da aeronave. Na variante "C", estas estruturas possuem uma inclinação (diedro) positiva, ou seja, voltada para cima, com dez graus, enquanto no C-95BM, as mesmas peças não tem angulação.


C-95BM Bandeirante.


Embraer C-95M Bandeirante. Na foto de cima é possível observar com clareza, a inclinação para cima dos estabilizadores horizontais.

Uma das principais características das versões C-95BM/CM, é a ampla porta para o embarque e desembarque de passageiros e/ou cargas mais volumosas.


Detalhe da porta de carga lateral traseira e dos dois modos em que a mesma pode ser utilizada.


Um detalhe curioso: O atual FAB 2346, no passado, foi um dos cinco Bandeirante originalmente desenvolvidos para a tarefa de Busca e Salvamento (SAR) e designados na FAB como SC-95B, como demonstra a janela de observação em formato ovalado do tipo "bolha" em destaque na foto. Pesquisando por seu Número de Construção (c/n 110367), pode-se constatar que tratava-se do FAB 6545, o qual foi posteriormente convertido para aeronave cargueira, recebendo mais para a frente, sua nova designação e matrícula.

Durante o EXETEC ASSAET, as missões envolvem de duas a três aeronaves. Após a decolagem, os aviões se agrupam e seguem para a área destinada ao treinamento. O voo, com duração de aproximadamente 1h30, ocorre na forma de um circuito, tendo como origem e destino, o Aeroporto Internacional Hercílio Luz (FLN/SBFL). No trajeto, são treinados procedimentos de Formação Tática e Navegação a Baixa Altura (NBA), na qual as aeronaves voam sobre o terreno a uma altitude de 500 pés (cerca de 150 metros). A ocasião permite também a simulação de lançamento múltiplo de cargas pela porta traseira do C-95 Bandeirante, uma técnica desenvolvida pelo 5º ETA na década de 90 e hoje amplamente difundida entre as Unidades Aéreas da FAB que operam com este modelo de avião. O retorno também é feito em formação e antes do pouso, as aeronaves se dispersam no ar, utilizando uma manobra conhecida no jargão aeronáutico como "Pell Off"ou, em bom português, "Pilofe", garantindo uma separação segura entre elas. O treinamento prossegue na capital catarinense até a próxima segunda-feira, dia 6 de maio.









Logo após desembarcar dos aviões, as tripulações se reúnem para uma conversa acerca dos detalhes do voo que acabou de acontecer.

O site Aviação em Floripa agradece ao Primeiro-Tenente Aviador Vernec, Piloto do 5º ETA e integrante da Comunicação Social de Base Aérea de Canoas (BACO), pelas informações prestadas sobre o treinamento. Agradecimentos também aos profissionais da Comunicação Social da Base Aérea de Florianópolis (SCS/BAFL), em especial, à Segundo-Tenente Dalla-Lana, pela autorização de acesso, ao 2º Sargento Jeber e S1 Dário, pelo acompanhamento de pátio.


4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Marcelo mais um excelente trabalho um abraço Nilton

Anônimo disse...

Muito bom. Parabéns.

sergio m. borba disse...

Interessante a matéria, pois mostrou as características, entre as versões de bandeirante, e por descobrir que um deles já pertenceu ao SAR

Geraldo Marcicano disse...

Estou planejando visitar a Base Aérea de Florianópolis no Portões Abertos 2024

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