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terça-feira, 25 de julho de 2023

Treinamento de Tiro Aéreo em Florianópolis



Desde o dia 10 de julho, os céus de Florianópolis têm sido palco de uma Operação Aérea focada na realização de exercícios de Tiro Aéreo. Estão participando três Unidades Aéreas de Caça da Força Aérea Brasileira, o Esquadrão Escorpião (1º/3º GAv - Boa Vista/RR), o Esquadrão Grifo (2º/3º GAv - Porto Velho/RO) e o Esquadrão Flecha (3º/3º GAv - Campo Grande/MS), todos equipados com as aeronaves Embraer A-29A/B Super Tucano. A intensa movimentação aérea dos últimos dias tem chamado a atenção na capital catarinense, sobretudo da população dos bairros localizados na porção sul da Ilha, região onde fica o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, com o constante movimento de decolagem e retorno dos aviões.

Nota Editorial: Gostaríamos de informar ao nosso público que, para esta matéria, não foi possível obter desta vez nenhuma forma de apoio institucional, seja na questão de informações sobre o Treinamento ou autorização de acesso para a captação de imagens no pátio da Base Aérea. Entretanto, não serão percalços ou dificuldades que nos farão desistir ou desviar de nosso foco e objetivos. Nosso compromisso é com os leitores do site Aviação em Floripa, sendo assim, iremos continuar exercendo o trabalho de divulgar a Aviação Militar e a Cultura Aeronáutica da melhor forma possível. As fotos utilizadas neste artigo foram feitas a partir de áreas externas no entorno do Aeroporto e para isso, contamos com a valiosa contribuição do amigo e parceiro, Ângelo dos Santos Melo, que gentilmente nos cedeu alguns de seus registros fotográficos feitos durante o Exercício. São estas belas imagens que ilustram o conteúdo que você passa a acompanhar a partir de agora. Boa leitura!


A Operação Aérea em Florianópolis é coordenada e conduzida pelo Comando de Preparo (COMPREP) e faz parte da rotina de treinamento anual dos Esquadrões pertencentes ao Terceiro Grupo de Aviação (3º GAv). Entre os objetivos do Exercício, estão a qualificação e a capacitação dos Pilotos na prática de engajamento e tiro contra alvos aéreos. Estar bem adestrado neste tipo de atividade é de suma importância, pois uma das principais atribuições destas Unidades Aéreas é o patrulhamento do espaço aéreo das fronteiras oeste e norte do país, coibindo voos ilícitos com contrabandos ou drogas. É relativamente comum no cotidiano operacional destes militares, a decolagem de suas Bases Aéreas para averiguar e interceptar aeronaves de pequeno porte sem plano de voo que adentram o território nacional e em algumas ocasiões, já foi necessária a aplicação de tiros de aviso ou até mesmo de destruição por desobediência às instruções dos Órgãos de Controle Aéreo.

* Aeronaves vistas durante o Treinamento em Florianópolis. O Esquadrão Escorpião de Boa Vista/RR, não enviou aeronaves, mas é provável que seus Pilotos estejam presentes, neste caso, utilizando os aviões das outras duas Unidades Aéreas.

Para a realização do treinamento de Tiro Aéreo, uma das aeronaves A-29 Super Tucano, chamada de Reboque, é equipada com um casulo transportado no suporte ventral, composto por um alvo aéreo de fabricação nacional, modelo AV-CAA SECAPEM, desenvolvido pela Equipaer. Este dispositivo carrega em seu interior, uma faixa de nylon rebocável, também denominada de biruta, com dimensões de 1,80 m de altura por 9 m de comprimento, impressa com marcações para a medição da precisão dos acertos no alvo. Para garantir a segurança da operação, a faixa, quando plenamente estendida, fica a uma distância de 300 metros da aeronave-reboque.


A-29B Super Tucano, Matrícula FAB 5940, pertencente ao Esquadrão Flecha, atuando na função de reboque de alvo para as demais aeronaves da Unidade Aérea.



Pelo Esquadrão Grifo, uma das aeronaves-reboque utilizada é o A-29B Super Tucano, Matrícula FAB 5942. Nas imagens, é possível observar os detalhes do casulo AV-CAA SECAPEM contendo o alvo aéreo em seu interior.

Observe a grande distância entre a aeronave-reboque e o alvo aéreo. Isso é necessário para garantir a segurança da operação. No detalhe, a faixa rebocável, já devidamente castigada pelos Pilotos, prestes a ser alijada. Fotos: Ângelo dos Santos Melo

O Exercício é realizado em uma área restrita sobre o mar, localizada na porção centro-leste da Ilha de Santa Catarina, a poucos minutos de voo do Aeroporto, se estendendo em direção ao setor sul do Estado. O espaço aéreo reservado para a prática do Tiro Aéreo é composto por uma caixa imaginária com largura, comprimento e altura definidos, exclusiva para a realização da atividade. Prezando pela Segurança de Voo, durante o período do Treinamento, a FAB, através do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) emite um Aviso aos Aeronavegantes (NOTAM), para que nenhuma aeronave comercial ou civil sobrevoe essa região em seus limites verticais, que vão da superfície do mar até o Nível de Voo 140 (FL 140), ou seja, cerca de 4.300 m de altitude.


Registro de um dos voos mostrando parte da rota durante o acompanhamento, engajamento e tiro contra a faixa rebocável. Fonte: FlightRadar24.

Uma típica missão de prática de Tiro Aéreo inclui um Super Tucano na função de aeronave-reboque, transportando o casulo com o alvo aéreo, mais quatro aeronaves no papel de atacantes. Ao chegarem na área de exercício, a faixa é estendida e os aviões se posicionam para a realização das passagens de tiro, que é feito com as duas metralhadoras calibre "ponto 50" (12,7 mm) instaladas nas asas dos aviões. Cada uma das aeronaves da esquadrilha possui as pontas dos projéteis pintadas com cores diferentes (amarela, azul, verde e vermelha), a fim de individualizar o desempenho de cada Piloto. As missões duram em torno de 45 minutos. No retorno, antes do pouso, a aeronave-reboque alija a biruta sobre a pista auxiliar, que é imediatamente recolhida pela equipe de solo e logo na sequência é levada para o pátio da Base Aérea, onde será analisada para se contabilizar a quantidade de acertos de cada Piloto e medir o grau de precisão dos disparos. 

Sequência de alijamento do alvo aéreo sobre a pista 03/21 do Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Todas as fotos: Ângelo dos Santos Melo.


Metralhadora FN Herstal, calibre .50 (12,7 mm). Fotos: Marcelo Lobo da Silva (acervo pessoal)

O Exercício prossegue na capital catarinense até o próximo dia 28 de julho. Confira abaixo, mais alguns registros fotográficos do Treinamento.
























segunda-feira, 3 de julho de 2023

Os Emblemas das Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira - Parte 2

 

A Aviação Militar não é fascinante apenas pelas suas aeronaves e as missões que elas realizam em tempos de paz ou de guerra, controlando, defendendo e integrando territórios e céus, através de suas mais diversas funções e tarefas, seja na Caça, Ataque, Transporte, Reconhecimento, Asas Rotativas, Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Treinamento, dentre tantas outras. A ideia de utilizar símbolos para representar e identificar grupos ou exércitos no campo de batalha ganhou notoriedade na Idade Média e permanece sendo utilizada até os dias atuais. Inserida nas forças militares, a Aviação não é diferente, com as cores, formas e significados dos Emblemas das Unidades Aéreas, estampando as fuselagens das aeronaves ou os trajes de voo das tripulações. Esses distintivos ou escudos e os elementos impressos em cada um deles, contam muito sobre a própria história de cada Esquadrão ou as missões que realizam. Para tratar desse assunto pouco explorado e difundido, o site Aviação em Floripa preparou uma série de conteúdos, trazendo aos seus leitores, esse fantástico universo. 

Lançar! Suprir! Resgatar! O segundo artigo desta série de matérias a respeito dos Emblemas das Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira, apresenta os Esquadrões da Aviação de Transporte da FAB, que teve e continua desempenhando um papel fundamental na integração e desenvolvimento do país, levando em suas asas, a solidariedade e o progresso aos quatro cantos do território nacional. São inúmeras as funções e tarefas exercidas, tais como, Transporte de pessoal e cargas dos mais diversos tipos e finalidades, Correio Aéreo, Busca e Salvamento, Lançamento de Paraquedistas, Transporte de órgãos, Reabastecimento em Voo, Ressuprimento Aéreo, Transporte de Autoridades, entre tantas outras. Para cumprir esse extenso leque de atividades, a Aviação de Transporte conta atualmente com treze Unidades Aéreas distribuídas por todo o país, de acordo com o planejamento estratégico e os interesses do Alto-Comando da Instituição. Conheça a partir de agora, através de infográficos exclusivos, a estrutura atual, as aeronaves e os Emblemas dos Esquadrões de Transporte da Força Aérea Brasileira.




Nota Editorial: Em função do número de Unidades Aéreas vinculadas à Aviação de Transporte e com o objetivo de não deixar a matéria muito extensa e cansativa para nossos leitores, vamos dividi-la em duas partes, tratando primeiramente dos sete Esquadrões ditos de "Primeira Linha" e, em um segundo momento, apresentando os seis Esquadrões de Transporte ligados aos Comandos Aéreos Regionais. 

Se você perdeu a matéria de introdução a esta temática, referente à Heráldica na Aviação Militar brasileira e a primeira parte desta série, com os Emblemas da Aviação de Caça da FAB, ou simplesmente quer revisitar os conteúdos já publicados, basta clicar sobre os banners abaixo: