A Marinha, o Exército e a Força Aérea participam, de 19 a 30 de novembro, da
Operação Conjunta “Atlântico III”, sob a coordenação do Ministério da Defesa. O
exercício ocorre nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul e envolve cerca de 10 mil militares das três
Forças Armadas.
A Operação abrange a área marítima dentro da “Amazônia Azul” e
parte do território nacional, e tem seu foco nas linhas de comunicação marítima
das regiões Sul e Sudeste e na defesa de estruturas estratégicas, como portos,
refinarias e usinas hidrelétricas e nucleares. Além disso, o exercício permite
também planejar e treinar situações que envolvam o controle de área e tráfego
marítimo, missões de interceptação, defesa de costa, patrulha marítima,
transporte aéreo logístico, defesa antiaérea e coordenação e controle do espaço
aéreo.
Estão sendo empregados dois navios escolta, dois navios de apoio,
dois submarinos, três navios-patrulha e seis helicópteros da Marinha do Brasil.
O Exército participa com 96 viaturas leves, 101 viaturas de transporte, nove
viaturas blindadas e nove ambulâncias. A Força Aérea Brasileira atua com quatro
aeronaves de ataque, cinco aeronaves de patrulha, cinco aeronaves de transporte
e um helicóptero.
O comando da operação está a cargo do Almirante-de-Esquadra
Gilberto Max Roffé Hirschfeld, Comandante de Operações Navais, com o apoio de
um Estado-Maior Conjunto, composto por militares das três Forças Armadas.
A “Atlântico III”, é resultado de um complexo planejamento
promovido pelo Ministério da Defesa e coordenado pelo Estado-Maior Conjunto das
Forças Armadas, visa, fundamentalmente, à preparação para a defesa dos recursos
do mar e das estruturas estratégicas do Brasil.
Além das atividades essencialmente militares, serão realizadas
Ações Cívico-Sociais (ACISO) na área de exercício. A população local receberá
aulas de primeiros socorros e higiene e será beneficiada com atendimentos médicos
e odontológicos.
Fonte: Ministério da Defesa
Para ver fotos da Operação Atlântico III, acesse o link abaixo:
http://www.flickr.com/photos/portalfab/
Para ver fotos da Operação Atlântico III, acesse o link abaixo:
http://www.flickr.com/photos/portalfab/
Lockheed P-3AM Orion operam em Florianópolis
Como parte dos
meios aéreos empregados na Operação Atlântico III, duas aeronaves P-3AM Orion
do 1º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação, conhecido como Esquadrão Orungan, com
sede na Base Aérea de Salvador (BASV), estão operando a partir de
Florianópolis. Esta é a segunda vez que o P-3 atua em uma missão operacional em solo catarinense. A primeira, foi durante o Exercício FAEX, realizado em abril deste ano, também na Base Aérea de Florianópolis (BAFL).
Aeronave P-3AM decola para mais uma missão
Entretanto, sob a coordenação do Ministério da Defesa e operando de forma conjunta com as demais forças, a Operação Atlântico III marca a estreia da aeronave. De acordo com o comandante da Força Aérea Componente 106 (FAC 106), Major-Brigadeiro Carlos Eurico Peclat dos Santos, responsável pelo emprego de todos os meios aéreos no treinamento: "Exercícios militares como esse se traduzem em um importante ganho operacional para as nossas tripulações".
O
treinamento em conjunto com a Marinha inclui a varredura de uma área do mar
territorial no Sul do país em busca de um suposto submarino inimigo. Com
emprego de equipamentos e táticas reais em um ambiente de guerra simulada, o
exercício compreende também o lançamento de sonoboias, que captam sinais de submarinos e
embarcações.
Chamado de
"Guardião do Pré-Sal", o P-3AM Orion devolveu há cerca de um ano à
Força Aérea Brasileira a capacidade de detectar, localizar, identificar e, se
necessário, afundar submarinos. É o que o jargão militar chama de guerra
antissubmarina (ASW, na sigla em inglês).
Além da
capacidade ASW, o P-3AM também carrega armamentos como os mísseis Harpoon,
capazes de afundar navios de guerra além do alcance visual. Com quatro motores,
a aeronave tem grande autonomia, podendo permanecer em voo durante 16 horas (isso equivale a uma viagem de Recife a Madri sem escalas). Os sensores
eletrônicos embarcados na aeronave são os mais modernos que existem. Tudo isso
confere ao P-3AM a capacidade estratégica de vigilância marítima de longo
alcance. A Petrobrás estima que a camada do pré-sal contenha o
equivalente a cerca de 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás e óleo. Toda essa
riqueza encontra-se no Oceano Atlântico, na zona econômica exclusiva (ZEE)
brasileira. O P-3AM está diretamente envolvido na vigilância dessa área.
Juntamente com o patrulhamento dessa área estratégica, o P-3AM assumiu um papel determinante nas
missões de busca e salvamento. Por força da Convenção de Chicago, assinada com
a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o Brasil é responsável
pela busca e salvamento de aeronaves e navios numa área de mais de 6 milhões de
km² (praticamente todo o Atlântico Sul).
A aeronave também
ajuda na defesa do meio ambiente, identificando os responsáveis pelo
derramamento de óleo, tanto acidentais quanto provocados. Algumas embarcações
que transportam petróleo costumam lavar os tanques com a água do mar. Essa
prática criminosa deixa uma mancha de óleo que polui e afeta a vida marinha. Os
sensores do P-3AM conseguem identificar os rastros na superfície do mar e,
desta forma, rastrear a embarcação, mesmo muitas horas depois da abertura dos
tanques. O P-3AM pode fotografar o navio infrator e encaminhar as fotos com um
relatório para as autoridades ambientais, que com as provas poderão aplicar
multas.