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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Uma visita ao Ninho das Velhas Águias

 


No dia 23 de Agosto, aproveitando nossa presença no Rio de Janeiro, fomos conhecer o Museu Aerospacial (MUSAL), localizado no lendário Campo dos Afonsos, berço da Aviação Militar brasileira, onde a partir de 1914, foi instalada a Escola Brasileira de Aviação, responsável pela formação dos primeiros aviadores militares em solo brasileiro, à época vinculados às Aviações da Marinha e do Exército. Passamos o dia por lá, percorrendo seus salões, ambientes temáticos, exposições, hangares e o pátio externo. Como resultado da nossa visita, elaboramos uma extensa matéria com muitas fotos e informações sobre o local, considerado o principal Museu de Aviação do Brasil e um dos dez maiores no mundo.

A ideia para a criação de um espaço destinado à preservação da memória aeronáutica brasileira teve origem no ano de 1943, quando o então Ministro da Aeronáutica, Dr. Salgado Filho, determinou a elaboração de estudos para sua implantação, porém, à época, o projeto esbarrou na falta de um local apropriado para abrigar as aeronaves e demais itens que comporiam o acervo. Passariam-se exatamente três décadas até que a iniciativa novamente ganhasse força, entretanto, dessa vez, recebendo sinal verde para seguir adiante. Assim, em 31 de Julho de 1973, pelo Decreto nº 72.553, é criado o Núcleo do Museu Aerospacial. O principal entrave que inviabilizou o Museu no passado agora estava resolvido, pois com a mudança durante a década de 60 da Escola de Aeronáutica (Instituição responsável pela formação dos aviadores da Força Aérea Brasileira, mais tarde rebatizada como Academia da Força Aérea), do Rio de Janeiro para o interior de São Paulo, na cidade de Pirassununga, toda a estrutura instalada nas dependências da Base Aérea dos Afonsos estava agora disponível para receber o empreendimento. Dessa forma, em Janeiro de 1974, tem início o trabalho de reforma do prédio e dos hangares que até então abrigavam a Divisão de Instrução de Voo da Escola de Aeronáutica. Ao mesmo tempo, colocou-se em prática a coleta de materiais, peças, documentos históricos, além da restauração dos aviões, motores, armamentos e demais itens que comporiam o acervo. Finalmente, em 18 de Outubro de 1976, é inaugurado oficialmente o Museu Aerospacial.






Com o objetivo principal de preservar e divulgar o patrimônio cultural da Aeronáutica brasileira, por intermédio de seu acervo histórico, o Museu Aerospacial é uma Organização Militar do Comando da Aeronáutica, sendo subordinado administrativamente ao Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER). Com mais de 15 mil metros quadrados, o local apresenta aos visitantes um grande e riquíssimo acervo bibliográfico com cerca de cinco mil obras, além de um importante arquivo histórico, contendo documentos, pinturas, painéis, fotografias e outros objetos que contam não apenas a história da Aviação Militar brasileira mas também a da nossa indústria aerospacial, através de diversas salas temáticas e exposições, tais como, "Santos Dumont", "Esquadrilha da Fumaça", "A FAB na Guerra", "A Mulher na Aviação", "Os Primórdios da Aviação Brasileira", dentre tantas outras. As aeronaves estão distribuídas por cinco hangares interligados entre si, contando com um variado acervo apresentando os modelos que fizeram parte da história da Aviação em nosso país, da FAB e do desenvolvimento aeronáutico brasileiro. No pátio externo, anexo ao prédio, encontram-se em exposição os aviões de maior porte bem como outras aeronaves que, de acordo com o interesse ou a necessidade do Museu, também podem ficar neste local.

Mapa com a estrutura e organização interna do MUSAL. Fonte: FAB

Nota Editorial: A partir de agora vamos iniciar o passeio pelo Museu Aerospacial através das imagens que registramos durante a visita, incluindo fotos e informações sobre todas as aeronaves que estavam em exposição. Para que nossos leitores tenham uma experiência mais próxima da realidade, a sequência de fotos da matéria seguirá o roteiro de visitação indicado pelos guias do Museu, iniciando pelo segundo andar do prédio principal. Percorreremos depois todos os cinco hangares que abrigam as coleções de aeronaves, terminando a visita interna na Sala temática da Esquadrilha da Fumaça. localizada no térreo, próximo à entrada. Por fim, mostraremos as aeronaves que ficam em exposição na área externa. É importante dizer que o cuidado dedicado pela equipe do MUSAL às aeronaves é constante e criterioso, com o objetivo de que o conjunto de exemplares à disposição dos visitantes encontre-se sempre em excelentes condições de conservação e de observação. Dessa forma, durante o ano, o acervo pode sofrer variações (contando com uma quantidade maior ou menor de modelos em exposição), de acordo com as necessidades de reparos rápidos ou manutenções programadas de maior porte. Mudanças e deslocamentos de algumas aeronaves para diferentes espaços dentro dos hangares também são frequentes.

Vista da entrada principal do MUSAL.

Logo na entrada, os visitantes são recebidos por um busto de Santos Dumont.

Corredor principal no 2º andar do prédio principal, a porta de entrada para o MUSAL e onde encontram-se a maioria das Exposições e Salas temáticas. Decorando as paredes, uma pequena Galeria de Arte com ilustrações famosas da nossa Aviação Militar.

"Passagem baixa", Wilfred W. Hardy.

"Senta a Púa!..., Wilfred W. Hardy.

"Cumbica 1948", Wilfred W. Hardy.

"Esquadrão Pampa", Michael Turner.




Exposição "Para que outros possam viver". Este ambiente mostra como funciona o Serviço de Busca e Salvamento no Brasil e os Esquadrões da Força Aérea Brasileira que compõem o sistema SAR, através de um importante acervo de equipamentos utilizados em resgates.








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Espaço dedicado ao "Pai da Aviação" e "Patrono da Aeronáutica Brasileira", Alberto Santos Dumont, contendo fotografias, maquetes, objetos pessoais, além do seu coração, preservado dentro de uma esfera metálica.




Exposição "Os Primórdios da Aviação Brasileira", mostrando através de uma grande coleção de objetos e maquetes, o início da aviação em nosso pais, bem como os projetos que marcaram o Programa Espacial brasileiro.




Espaço reservado à EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica), com maquetes de todos os aviões projetados e construídos por ela, além dos programas internacionais e de modernização em que participou ao longo de sua história.

Vista geral do Hangar 1, local que reúne a coleção com as aeronaves mais antigas expostas no MUSAL.

Santos Dumont, Demoiselle (França/Brasil, 1907). Voou pela primeira vez em 1907 (modelo Nº 19), sendo desenvolvido sucessivamente até 1909 (modelo Nº 20). Em 1909, algumas fábricas iniciaram a produção do Nº 20, chegando a mais de 40 unidades construídas. Santos Dumont colocou à disposição de quem quisesse os planos e detalhes do avião, pois não patenteava suas invenções, que no seu entendimento, deveriam ser partilhadas por toda a humanidade. Este aparelho era o meio de transporte pessoal preferido do inventor em visitas a amigos, ao redor de Paris. O exemplar em exposição é uma réplica e voou pela primeira vez em 11 de Agosto de 1973, em Bacacheri/PR, em comemoração pelo centenário de Santos Dumont, sendo doado ao Museu Aeroespacial em 3 de Abril de 1976.

Caudron G.3 (França, 1913). Avião com capacidade para dois tripulantes, utilizado para treinamento e observação aérea durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O “G-3” também foi o primeiro avião a cruzar a Cordilheira dos Andes, em 1921. No Brasil, o Caudron G-3 destacou-se pelo êxito do Reide São Paulo-Rio de Janeiro, realizado pela aviadora Anésia Pinheiro Machado, em 9 de Setembro de 1922. O exemplar em exposição foi fabricado em 1916.

Nieuport 21E1 (França, 1915), Registro "N-2102". Avião para um tripulante, destinado ao combate aéreo. Este modelo descende do Nieuport 11 (um dos melhores aviões de caça da Primeira Guerra Mundial). No Brasil, o Nieuport 21E1 foi utilizado de 1921 a 1930 como avião de treinamento da Escola de Aviação Militar. O exemplar em exposição é uma réplica, montada com alguns componentes originais, entre os quais, a cauda, a hélice e o motor.

Curtiss Fledgling J-2 (Estados Unidos, 1927), Registro "K-263". Avião utilizado pela Aviação Militar do Exército Brasileiro. O exemplar exposto fez o primeiro voo do Correio Aéreo Militar, no percurso Rio de Janeiro-São Paulo, em 12 de Junho de 1931.

WACO CJC (Estados Unidos, 1934), Registro "C-66". Avião com capacidade para dois tripulantes e três passageiros, para missões de transporte. Esses aparelhos foram incorporados à Aviação Militar, em 1934, e à Aviação Naval, em 1935. Foi o precursor de várias rotas do Correio Aéreo Militar e Naval. O exemplar em exposição, número de matrícula C-66 (o “C” indicava Correio) recebeu o nome “Therezina”, em homenagem a uma das rotas do Correio Aéreo Militar.

Bücker Bu-131 "Jungmann" (Alemanha, 1934), Registro "FAB 07". Avião para dois tripulantes, destinado ao treinamento de pilotos e a voos acrobáticos. O exemplar em exposição está configurado para acrobacias (possui apenas um lugar) e fez parte de um lote de 32 aviões adquiridos da Alemanha em 1939, para equipar os Aeroclubes brasileiros.

Focke-Wulf Fw 44J "Stieglitz" (Alemanha, 1932), Registro "1-I-4". Avião para dois tripulantes, empregado no treinamento primário de pilotos. No Brasil, mais de 40 "Pintassilgos" (como eram conhecidos), foram montados sob licença, na fábrica do Galeão/RJ. Esses aviões serviram à Marinha e, posteriormente, à Força Aérea Brasileira. O exemplar em exposição foi doado pela Força Aérea Argentina ao Museu Aerospacial em 1985 e sua pintura representa os "Stieglitz" que voaram com a Marinha até 1941.

Fairchild 22-C7G (Estados Unidos, 1931), Registro "PP-TBD". Avião para dois tripulantes, destinado ao treinamento primário de pilotos. O exemplar em exposição integrou a última série de seis aeronaves produzidas em 1935 e pertenceu ao Aeroclube de Ribeirão Preto, de 1948 a 1988.

M-7 Muniz (Brasil, 1937), Registro "13". Avião para dois tripulantes, utilizado no treinamento primário de pilotos. Projetado pelo Major do Exército Brasileiro, Antônio Guedes Muniz, foi o primeiro modelo fabricado em série no Brasil. A Escola de Aviação Militar, utilizou 11 aviões deste tipo, de um total de 28 produzidos de 1937 a 1941, ficando os outros 17 para Aeroclubes. O exemplar em exposição foi fabricado em 1938 e pertenceu a diversos Aeroclubes com o prefixo “PP-TEN”, de 1941 a 1967.

Boeing Stearman A75L3 "Kaydet" (Estados Unidos, 1940), Registro "K132". Avião para dois tripulantes, para o treinamento primário de pilotos. No Brasil foi utilizado pela Escola de Aviação Militar e pela Base Aérea de São Paulo, de 1940 a 1948. O exemplar em exposição, número de matrícula K-132 (o “K” indicava avião da Escola de Aviação Militar), voou em Aeroclubes com a matrícula civil “PP-GFI”, de 1948 a 1961.

de Havilland DH-82 "Tiger Moth" (Inglaterra, 1931), Registro "2-I-10". Avião para dois tripulantes, destinado ao treinamento de pilotos. Voou pela primeira vez em 1931, sendo o treinador básico de pilotos da Real Força Aérea Britânica (RAF), até o final da Segunda Guerra Mundial. No Brasil esses aviões foram utilizados pela Marinha para treinamento de pilotos, de 1933 a 1941, e pela Força Aérea Brasileira, de 1941 a 1947. O exemplar em exposição (fabricado em 1935), após servir à Marinha e à FAB, voou em Aeroclubes até 1969, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.

Finalizando os modelos em exposição no Hangar 1, temos uma répilca do 14-Bis, construída pelo Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PAMA-AF) em 1973. O 14-Bis tem capacidade para um tripulante e foi o primeiro aparelho mais pesado que o ar a conseguir decolar por seus próprios meios. Esse fato histórico teve lugar em Bagatelle (centro de Paris), no dia 23 de outubro de 1906. Nessa data, Santos Dumont decolou com seu invento e percorreu 60 metros em 7 segundos, voando a uma altura de 2 metros do solo, perante mais de mil espectadores e da Comissão Oficial do Aeroclube da França, que era uma instituição de reconhecimento internacional e autorizada a homologar qualquer descoberta aeronáutica marcante, tanto no campo dos aeróstatos (veículos mais leves que o ar), como no dos aeródinos (veículos mais pesados que o ar).






Separando os Hangares 1 e 2, encontra-se a Sala denominada "A FAB na Guerra", uma exposição permanente, inaugurada nos primeiros anos de funcionamento do MUSAL. Em 2018, o local passou por uma grande reestruturação na qual, através de uma ampla pesquisa histórica, houve a incorporação de novos itens ao acervo, passando a contar, não apenas a história do 1º Grupo de Caça, mas também da 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação e da Aviação de Patrulha, responsável pelo "batismo de fogo" da FAB na Segunda Guerra Mundial.








Outro grande destaque da nova exposição é a área anexa à sala, reservada à mostra de exemplares de duas aeronaves utilizadas pelos pilotos brasileiros no Teatro de Operações Europeu durante a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de um Piper L-4H Grasshopper utilizado pela 1ª ELO e o lendário Republic P-47D Thunderbolt operado pelo 1º Grupo de Caça.





Seguindo nossa visita, chegamos ao Hangar nº 2, onde encontram-se as aeronaves de caça que fizeram parte da história da Força Aérea Brasileira desde sua criação, em Janeiro de 1941. Aqui o visitante pode conhecer de perto, entre outros, o Custiss P-40N Warhawk e o Republic P-47 Thunderbolt, um Northrop F-5B Freedom Fighter, um Dassault Mirage IIIDBR (o exemplar exposto foi o que Ayrton Senna voou em 1989), um Gloster Meteor e a mais recente adição ao setor, um Dassault Mirage 2000C, incorporado à coleção do MUSAL em 2014.




Curtiss P-40N Warhawk (Estados Unidos, 1938), Registro "FAB 4064". Avião para um tripulante, utilizado para o combate aéreo e ataque ao solo. O protótipo voou pela primeira vez em 1938, sendo produzidos mais de 15.000 aviões, de 1939 a 1944. Realizou missões em todos os Teatros de Operações, durante a Segunda Guerra Mundial. A Força Aérea Brasileira utilizou os “Warhawks”, a partir de 1942, para patrulhar o litoral brasileiro (até 1945) e para treinamento de pilotos (até 1958).





Republic P-47D Thunderbolt (Estados Unidos, 1941), Registro "FAB 4184" (pintado como B4). Avião para um tripulante, empregado em missões de combate aéreo e ataque ao solo. Voou pela primeira vez (XP-47B) em 1941 e foi utilizado na Segunda Guerra Mundial a partir de 1943, sendo construídas 15.683 unidades. O exemplar em exposição (Matrícula estadunidense 45-49151), foi restaurado e pintado nas cores do P-47D "B4", avião que voou nos céus da Itália e realizou 93 missões de guerra sob o comando do 2º Tenente Aviador José Rabelo Meira de Vasconcellos. A Força Aérea Brasileira utilizou esses aviões de 1944 a 1958.




Northrop F-5B Freedom Fighter (Estados Unidos, 1964), Registro "FAB 4800". Avião supersônico para dois tripulantes, destinado ao treinamento de combate aéreo, bombardeio, reconhecimento, e conversão para o Northrop F-5A Freedom Fighter. O F-5B é um aperfeiçoamento do T-38 “Talon”, com performance e capacidade bélica superiores. Voou pela primeira vez em 1964, sendo utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã e como avião “inimigo” em treinamentos operacionais (Marinha e Fuzileiros Navais). Produzido sob licença no Canadá, Espanha, Suíça, Coréia e Tailândia. A Força Aérea Brasileira utilizou esses aviões no 1º Grupo de Aviação de Caça, sediado na Base Aérea de Santa Cruz/RJ, em variada gama de missões e conversão de pilotos para o F-5E Tiger II, de 1975 a 1996. O exemplar em exposição foi desativado em 1996 e entregue ao Museu Aeroespacial em 2006.



Dassault Mirage IIIDBR (França, 1959), Registro "FAB 4904". Avião supersônico, asa em formato de delta, com capacidade para dois tripulantes, utlizado em missões de treinamento, interceptação, reconhecimento, combate aéreo, bombardeio e ataque ao solo. Voou pela primeira vez em 1959, sendo produzido sob licença na Austrália e na Suíça. Primeiro avião supersônico operado pela Força Aérea Brasileira, atuou na defesa do espaço aéreo brasileiro de 1972 a 2005. O exemplar em exposição realizou um voo com o Campeão Mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva, em 21 de Março de 1989. Desativado em 2005, foi incorporado ao Museu Aeroespacial em 04 de Agosto de 2011.





Dassault Mirage 2000C (França, 1978), Registro "FAB 4948. O Mirage 2000 foi desenvolvido para suceder ao Mirage III. Foi usado em combate pela França, nas Guerras do Golfo, da Bósnia e do Kosovo, além de participar do apoio às forças da OTAN no Afeganistão. Quando o Mirage III foi desativado da FAB em 2005, decidiu-se substituí-los por dez Mirage 2000C monoplaces e dois Mirage 2000B biplaces, adquiridos da Força Aérea Francesa. Foram designados na FAB, respectivamente, como F-2000C e F-2000B. Esses aviões serviram no 1º Grupo de Defesa Aérea em Anápolis/GO, até a desativação no final de 2013. O exemplar do Musal foi entregue no último voo em serviço na FAB, em 31 de Dezembro de 2013.






Gloster F.Mk.8 Meteor (Inglaterra, 1943), Registro "FAB 4460". Avião para um tripulante, destinado a missões de combate aéreo e bombardeio. Esse foi o único caça a jato dos Aliados a entrar em serviço operacional durante a Segunda Guerra Mundial. Também foi o primeiro caça brasileiro deste tipo, ou seja, com o motor à reação. Em 1953, o Brasil trocou com a Inglaterra, 15.000 toneladas de algodão por 60 Meteor F.Mk.8 e 10 T.Mk.7, que após a montagem na Fábrica do Galeão/RJ, equiparam a Força Aérea Brasileira até 1974. A história do exemplar em exposição é curiosa, pois foi montado com peças e componentes estocados, servindo junto ao 1º Grupo de Caça como rebocador de alvos até ser incorporado ao Museu Aeroespacial em 1974, sendo o único Meteor da FAB a ostentar este padrão de pintura camuflada.


No final do Hangar 2, encontra-se a Sala de Briefing, ambientada durante a Segunda Guerra Mundial, simulando o local onde os Pilotos se reuniam para conhecer e discutir os detalhes das missões que seriam realizadas.

O Hangar nº 3 concentra basicamente os aviões de treinamento, bombardeio e ataque da FAB. Aqui se encontravam expostos no dia de nossa visita, um dos protótipos do A-29 Super Tucano, o jato de treinamento Xavante e a sua versão monoposta, o Impala, um Fouga Magister, dois T-25 Universal, um Fokker T-21, um North American T-6 Texan, um Pilatus P-3, um Bombardeiro Médio B-25J Mitchell, além de outras aeronaves.




Embraer A-29A Super Tucano (Brasil, 1999), Registro "FAB 5701".  Avião com capacidade para um tripulante, com o objetivo de cumprir missões de Caça, Ataque ao solo e Reconhecimento. O exemplar em exposição é um dos protótipos e foi incorporado ao acervo do Museu Aeroespacial em 4 de Agosto de 2011.

EMBRAER/Aermacchi AT-26 Xavante (Itália, 1957), Registro "FAB 4462". Avião para dois tripulantes, para o treinamento de pilotos. Este foi o primeiro avião de caça a jato fabricado no Brasil, operado pela Força Aérea Brasileira de 1971 a 2010, em missões de Treinamento e Ataque a alvos aéreos e de superfície. O exemplar em exposição foi o primeiro produzido pela EMBRAER e fez seu primeiro voo em 3 de Setembro de 1971, tendo pertencido a vários Esquadrões da FAB até ser desativado e entregue ao Museu Aeroespacial em 2012.



Aermacchi MB-326K Impala (Itália, 1957), Registro "FAB 4634". Avião para apenas um tripulante, destinado a missões de Caça e Ataque ao solo. A Força Aérea Brasileira operou os “Impala” (comprados da África do Sul) de 2004 a 2009, em missões de combate aéreo e ataque a alvos aéreos e de superfície. O exemplar em exposição foi entregue ao Museu Aeroespacial em 2010.

Fouga CM-170 Magister (França, 1952), Registro "FAB 1720".  Avião para dois tripulantes, utilizado no treinamento de pilotos, sendo o primeiro jato no mundo, construído especificamente para essa função. Sua característica marcante é a cauda em forma de “V”. O exemplar em exposição foi desativado no início da década de 1990 e doado pelo governo francês ao Museu Aeroespacial em 1994. Esta aeronave representa um dos sete exemplares que voaram na Força Aérea Brasileira (Esquadrilha da Fumaça), de 1969 a 1974.






North American B-25J Mitchell (Estados Unidos, 1940), Registro "FAB 5127". Avião bimotor com capacidade para 6 tripulantes e destinado a missões de Bombardeio e Ataque ao solo, sendo o avião Aliado (de bombardeio e ataque) de maior poder de fogo, durante a Segunda Guerra Mundial. A Força Aérea Brasileira utilizou os “Mitchell”, de 1942 a 1974. O exemplar em exposição voou no Brasil de 1946 a 1974 e fez parte de um lote de 64 aviões adquiridos dos Estados Unidos, entre Julho de 1946 e Outubro de 1947.


Beechcraft D18S (Estados Unidos, 1937), Registro "FAB 2856". Avião bimotor com capacidade para três tripulantes e quatro passageiros, empregado para missões de transporte. Voou pela primeira vez (Modelo 18) em 1937, sendo construídas mais de 5.000 unidades, de vários modelos, que operaram antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. A Força Aérea Brasileira utilizou esses aviões em missões de Treinamento e Transporte do Correio Aéreo Nacional, de 1946 a 1976. O exemplar em exposição voou com a matrícula FAB 2856 até 1976, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.


Fokker S-11 (Holanda, 1947), Registro "FAB 0789". Avião com capacidade para dois tripulantes e um passageiro, destinado ao treinamento básico de pilotos. Voou pela primeira vez em 1947 e chegou a ser considerado o modelo de treinamento de maior sucesso da Companhia Fokker, após a Segunda Guerra Mundial, sendo produzido sob licença por Brasil e Itália. A Força Aérea Brasileira operou esses aviões de 1958 a 1973, em missões de treinamento de pilotos. O exemplar em exposição fez parte de um lote de 100 aeronaves produzidas pela Fábrica do Galeão na década de 1950.


Neiva N621 Universal (Brasil, 1971), Registros "FAB 1830" (YT-25) e "FAB 1949 (T-25A). Avião com capacidade para dois tripulantes e um passageiro, para o treinamento básico de pilotos. O exemplar em exposição com a matrícula FAB 1830, fez o primeiro voo em 7 de Abril de 1971, sendo o primeiro “Universal” produzido em série. Transformado pela Companhia Neiva no protótipo do “Universal II”, em 1975, teve suas características originais alteradas (peso e comprimento) ao receber um motor Lycoming IO-720-A1A, de 400 h.p. e 8 cilindros opostos, além de uma hélice Hartzell de três pás. Entretanto, este avião sofreu um acidente e foi recuperado pelo Centro Técnico Aeroespacial, onde retornou às características originais (com exceção da hélice) ao receber um motor Lycoming IO-540-G1A5 de 290 h.p. e 6 cilindros opostos. Foi desativado em Setembro de 1975 e entregue ao Museu Aeroespacial.

Fairchild M-62 Cornell (Estados Unidos, 1939), Registro 0500". Avião monomotor utilizado no treinamento primário de pilotos, designado militarmente como PT-19. O exemplar em exposição (matrícula FAB 0500) foi construído no Brasil em 1948 e operou como aeronave militar de 1948 a 1960, quando foi transferido para a aviação civil com a Matrícula “PP-HNU”, onde voou até 1996.



North American T-6G Texan (Estados Unidos, 1935), Registro "FAB 1262". Avião com capacidade para dois tripulantes, utilizado em missões de treinamento. Voou pela primeira vez (NA-16) em 1935, sendo produzidos mais de 17.000 aparelhos de vários modelos, a partir de 1939. Foi usado como caça, interceptador, caça-bombardeiro, controle aéreo avançado e antiguerrilha, na Segunda Guerra Mundial e nas Guerras da Coréia e do Vietnã. A Força Aérea Brasileira utilizou esses aviões em missões de treinamento avançado, tiro, bombardeio, patrulha e demonstração aérea, de 1942 a 1976. O exemplar em exposição guarda uma história curiosa pois foi o último T-6 a permanecer voando na FAB mesmo após a sua retirada do serviço ativo, recebendo o nome de "Celacanto". Ele foi utilizado durante a década de 80 junto ao Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), para treinar Pilotos de Teste que não haviam voado nesta classe de aeronaves com motor a pistão durante a sua formação. O Museu Aerospacial recebeu este T-6 em 17 de Janeiro de 1991. O nome "Celacanto" é uma referência a uma espécie de peixe pré-histórico, que julgava-se extinta a milhões de anos. Entretanto, foi encontrado um exemplar vivo no Mediterrâneo, na década de 1930, por isso chamado de "fóssil vivo".

Pilatus P-3 (Suíça, 1953), Registro "FAB 3182". Avião para dois tripulantes, destinado ao treinamento avançado de pilotos. Voou pela primeira vez em 1953, sendo construídas 79 unidades (incluindo o protótipo), das quais 72 para a Força Aérea Suíça e 6 para a Marinha Brasileira. No Brasil esses aviões foram utilizados pela Marinha em missões de Treinamento e Observação Aérea, de 1963 a 1965, e pela Força Aérea em missões de Ligação e Observação, de 1965 a 1972. O exemplar em exposição (Matrícula FAB 3182) foi desativado em 1972 e entregue ao Museu Aeroespacial em 1973.

Morane-Saulnier MS.760 Paris (França, 1954), Registro "FAB 2932". Avião com capacidade para dois tripulantes e dois passageiros, para missões de Ligação ou Treinamento de pilotos. Voou pela primeira vez em 29 de julho de 1954 e começou a ser produzido em série em 1958. Esses aparelhos foram utilizados por: França, Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Irã, Itália, Marrocos e Argentina, onde foram montados sob licença. A Força Aérea Brasileira operou 30 aviões “Paris” em missões de Ligação (dez), Treinamento (doze) e Fotografia Aérea (oito), de 1960 a 1974. O exemplar em exposição voou com a Matrícula FAB 2932 até 1974, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.

Neiva 420L Regente ELO (Brasil, 1967), Registro "FAB 3120". Avião com capacidade para três tripulantes, empregado em missões de Ligação e Observação. É um desenvolvimento do Neiva 360C, usado para ligação e transporte leve. O “Regente ELO” (ELO - Esquadrilha de Ligação e Observação) equipou vários Esquadrões da Força Aérea Brasileira de 1969 a 2002. O exemplar em exposição traz a Matrícula FAB 3120 e a designação YL-42, indicando que trata-se de um protótipo para testes.

IPT-0 "Bichinho" (Brasil, 1938), Registro "PT-KYL". Avião homologado para acrobacia aérea, com capacidade para um tripulante. Esse modelo foi projetado em 1938, pelo engenheiro Frederico A. Brotero e pelo técnico Horton Hoover, na Escola Politécnica de São Paulo, sob supervisão do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Sua construção foi concluída na cidade de Rio Claro (SP), ficando conhecido como Bichinho de Rio Claro. Inteiramente construído de madeira brasileira, o “Bichinho” incorporou uma série de inovações técnicas, como, por exemplo, as asas elípticas. O exemplar em exposição (Matrícula PT-KYL) é o modelo IPT-0 “Bichinho II”, de um total de quatro protótipos construídos na década de 1940, e voou até 1988, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.

IPT-16 Surubim (Brasil, 1959), Registro "PP-ZDB". Avião experimental de alto desempenho destinado a Ensaios de Voo. Possui estrutura de madeira e capacidade para um tripulante. A aeronave começou a ser construída em 1949, por iniciativa particular do engenheiro Joseph Kovacs, no intuito de criar um avião para um motor Hirth recém adquirido num depósito do Campo de Marte, São Paulo. O projeto foi paralisado e retomado em 1953, pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que o concluiu e o rebatizou de IPT-16 “Surubim”. O exemplar em exposição é único e teve o seu trem de pouso retrátil substituído por um trem de pouso fixo em uma grande revisão em 1979, na cidade de Rio Claro, onde foi empregado no treinamento de pilotos acrobáticos até a sua desativação, em 1989, quando foi entregue ao Museu Aeroespacial.

CAP-4A Paulistinha (Brasil, 1935), Registro "PP-TJR". Avião para dois tripulantes, utilizado para treinamento primário. É um desenvolvimento do EAY-201 “Ypiranga” (EAY – Empresa Aeronáutica Ypiranga) que voou pela primeira vez em 1935. Em 1943, o protótipo e os direitos de fabricação do EAY-201 foram adquiridos pela Companhia Aeronáutica Paulista, que aperfeiçoou o projeto e o rebatizou de CAP-4 “Paulistinha”. Esta companhia produziu um total de 777 aviões modelo CAP-4A, de 1943 a 1948. O exemplar em exposição voou em Aeroclubes até ser desativado em 1970.


Chegamos ao penúltimo Hangar do Museu Aerospacial, o de número 4, onde encontram-se expostas as aeronaves de Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, além de dois Simuladores de Voo e dois Planadores, presos ao teto do hangar. No local estavam em exposição, um Grumman P-16 Tracker, um Grumann SA-16 Albatross, um Consolidated CA-10 Catalina, um EMBRAER P-95A Bandeirante Patrulha e um Grummann G-44 Widgeon. 

Com relação aos planadores, um deles é o “Hols der Teufel”, um planador para um tripulante e projetado na Alemanha em 1924. O exemplar em exposição foi construído no ano de 1942, em Bauru/SP. O outro, trata-se de um IPD/PAR-6505 Urupema, planador de alta performance, de fabricação nacional, com seu projeto datando do ano de 1964. Também é feito de madeira e capacidade para um tripulante, destinado à prática esportiva. O exemplar em exposição (matricula PP-ZTU) é o protótipo e foi doado ao Museu Aeroespacial em 1990.






Grumman S-2F1/S-2A Tracker (Estados Unidos, 1952), Registro "FAB 7016". Avião com capacidade para 4 tripulantes, destinado à localização e destruição de submarinos. Voou pela primeira vez em 1952, sendo o primeiro modelo especificamente antissubmarino a ser utilizado pela Marinha dos Estados Unidos em porta-aviões. A Força Aérea Brasileira operou 21 aviões, modelos S2F-1 (S-2A) “P-16A” e S2F-3S (S-2E) “P-16E”, a partir da Base Aérea de Santa Cruz e do porta-aviões “Minas Gerais”, de 1961 a 1995. O exemplar em exposição, adquirido dos Estados Unidos em 1961, voou com a Matrícula "FAB 7016" até 1995, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.




Consolidated Vultee 28/PBY-5 Catalina (Estados Unidos, 1935), Registro "FAB 6527. Avião anfíbio, com capacidade para 5 tripulantes, para missões de Patrulha Marítima. Voou pela primeira vez (XPBY-1) em 1935, sendo utilizado por vários países com grande eficiência, antes, durante e após a Segunda Guerra Mundial. A Força Aérea Brasileira operou esses aviões, de 1943 a 1982, em missões de Patrulha Marítima e do Correio Aéreo Nacional, prestando importantes serviços à população da região amazônica. O exemplar em exposição (oriundo da Real Força Aérea Canadense) voou com a Matrícula "FAB 6527", de 1949 a 1982, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.


Grumman G-44A/J4F-2 Widgeon (Estados Unidos, 1940), Registro "FAB 14". Avião anfíbio, com capacidade para 3 tripulantes e 2 passageiros, empregado para transporte utilitário leve. Voou pela primeira vez em 1940, sendo produzidos 167 aparelhos durante a Segunda Guerra Mundial. No Brasil foram operados pela Força Aérea Brasileira, de 1942 a 1958, em missões de Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Correio Aéreo e Transporte. O exemplar em exposição voou com a Matrícula "FAB 14" até 1958, quando foi desativado e, alguns anos depois, entregue ao Museu Aeroespacial.





EMBRAER EMB-111 Bandeirante Patrulha (Brasil, 1977), Registro "FAB 7050". Avião para 5 tripulantes, utilizado em operações antissubmarino e missões de reconhecimento marítimo. O primeiro EMB-111 produzido em série fez seu voo inaugural em Agosto de 1977. No total, foram fabricadas 29 aeronaves, doze P-95A e dez P-95B para a Força Aérea Brasileira, seis P-95A para a Marinha do Chile e um P-95A para o Gabão. Durante a Guerra das Malvinas (Falklands), a Armada Argentina utilizou dois P-95A da Força Aérea Brasileira, mediante contrato de aluguel. O P-95 ainda continua em serviço ativo com a FAB em sua versão modernizada. O exemplar em exposição (Matrícula FAB 7050), foi o primeiro P-95 operacional e voou até ser desativado, em 2011. Chegou ao Museu Aeroespacial em 2013, onde foi restaurado e incorporado no mesmo ano.



Grumman G-64/SA-16A Albatross (Estados Unidos, 1947), Registro "FAB 6529". Avião anfíbio, com capacidade para 4 tripulantes e 10 passageiros, destinado a missões de Busca e Salvamento. Voou pela primeira vez em 1947 e foi empregado extensivamente nas guerras da Coreia e do Vietnã. No Brasil foram utilizados pela Força Aérea Brasileira de 1958 a 1980. O exemplar em exposição voou com a Matrícula "FAB 6529" até 1980, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.


Simulador de Voo - F-5E Tiger II.

Simulador de Voo - Boeing 727-100.

O ultimo hangar, o de número 5, estava fechado à visitação, mesmo assim, fotografamos à distância, as aeronaves que lá se encontravam, compostas por um Gates Learjet 35A, o protótipo Bandeirante (YC-95), um Douglas C-47 SkyTrain, além de dois helicópteros, um Bell Jet Ranger e um Bell 47G, este porém, sem registro de imagens, mas com algumas informações sobre ele que você poderá acessar nas tabelas mais abaixo que preparamos especialmente para esta matéria. Além destes aviões, outra aeronave estava colocada entre o YC-95 e o C-47, porém, inacessível ao olhar e dessa forma, não pôde ser identificada e registrada.

Gates Learjet 35A (U-35A, FAB 2714).

Bell Model 206 Jet Ranger (VH-4, FAB 8571).

EMBRAER EMB-110 Bandeirante (YC-95, FAB 2130).

Douglas C-47 Skytrain (C-47, FAB 2009).

De volta à entrada do MUSAL, no térreo do prédio principal, existem mais algumas salas e exposições, entre elas, a Sala de Armas, de Motores e a Sala "Demoiselle", com a exposição contando a história das mulheres na aviação. Além disso, existe ainda um amplo salão com mais três aeronaves em exposição e a Sala dedicada à nossa Esquadrilha da Fumaça, com destaque para o avião voado pelo lendário Coronel Braga (North American T-6D), o piloto que mais tempo voou com a equipe e até hoje, possuindo o maior número de horas de voo nesse modelo de aeronave em todo o mundo.



Misseis ar-ar AIM-9B Sidewinder e Matra R-530 (ao fundo).


Canhão Pontiac M39A3 de 20mm, que equipa a aeronave Northrop F-5E Tiger II.






Exposição "A Mulher na Aviação".


Sala de Motores e Hélices, onde o visitante pode inclusive acionar os motores e ver o seu funcionamento.


WACO CSO (em primeiro plano) e WACO CPF.

Sala dedicada à Esquadrilha da Fumaça, com destaque para o T-6D utilizado pelo Coronel Braga.

Finalizamos esta matéria com as aeronaves expostas no pátio externo do Museu Aerospacial. No dia da nossa visita encontravam-se neste espaço, um de Havilland Canada DHC-5 Buffalo, um Hawker-Siddeley 748 Avro, um Vickers 789D Viscount, um Lockheed C-130 Hercules, um Bell 205 Huey e um Aerospatiale AS-332 Super Puma. Além dessas aeronaves, próximo ao portão de entrada do MUSAL existe também um caça Northrop F-5E Tiger II.




Northrop F-5E Tiger II (Estados Unidos, 1972), Registro "FAB 4881". Próximo à entrada principal do MUSAL encontra-se preservado um caça Northrop F-5E Tiger II. Esse avião em particular nunca chegou a servir operacionalmente com a FAB. Ele faz parte de um lote de 11 aeronaves deste modelo adquiridas junto à Real Força Aérea da Jordânia em 2007, sendo oito monopostos (F-5E)  e três bipostos (F-5F). Apenas estes últimos entraram no programa de modernização da EMBRAER, sendo elevados ao padrão F-5FM, matriculados como FAB 4810 a 4812. Os monospostos ficaram como fonte de peças de reposição e alguns deles foram preservados em locais espalhados pelo país, porém, recebendo a camuflagem e a designação da versão modernizada. Estas aeronaves apresentam as matrículas de FAB 4878 a 4885.



de Havilland Canada DHC-5 Buffalo (Canadá, 1964), Registro "FAB 2371". Avião para 3 tripulantes, podendo acomodar 41 soldados ou 35 pára-quedistas, destinado a missões de Transporte de Tropas e carga. Voou pela primeira vez em 1964, sendo produzidas 123 aeronaves para mais de vinte países. Desenvolvido a partir do projeto do DHC-4 “Caribou”, o “Buffalo” é capaz de pousar e decolar em pistas curtas, com excelente desempenho. O Brasil se tornou o maior operador do C-115 (como passou a ser designado na FAB), quando adquiriu 24 aparelhos entre os anos de 1968 e 1970. A Força Aérea Brasileira utilizou esses aviões, de 1968 a 2007, em variados tipos de missões, principalmente na região amazônica, onde o “Buffalo” se tornou parte da paisagem. O exemplar em exposição voou com a Matrícula "FAB 2371" até o ano de 2006, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.




Hawker-Siddeley 748 Avro (Inglaterra, 1960), Registro "FAB 2504". Avião com capacidade para 4 tripulantes e 40 passageiros, utilizado em missões de Transporte. Voou pela primeira vez em 1960, sendo operado na aviação civil e militar, com grande sucesso. A Força Aérea Brasileira utilizou o “Avrinho”, como ficou conhecido entre os militares, em missões de transporte, de 1962 a 2001. O exemplar em exposição, operou com a FAB até 2001, quando foi desativado e entregue ao Museu Aeroespacial.




Vickers 789D Viscount (Inglaterra, 1948), Registro "FAB 2101". Avião com capacidade para 6 tripulantes e 40 passageiros, para o Transporte de Autoridades. O protótipo (Modelo 630) voou pela primeira vez em 1948, sendo o primeiro turboélice civil a voar e a entrar em serviço regular de transporte de passageiros. O exemplar em exposição voou pela primeira vez em 1º de Dezembro de 1957, sendo entregue à Força Aérea Brasileira (já convertido para configuração presidencial) em 6 de Outubro de 1958. Esta aeronave serviu aos Presidentes, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart, Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. Foi desativado em 1987, com 13.855 horas voadas.




Lockheed C-130 Hercules (Estados Unidos, 1954), Registro "FAB 2453". Avião quadrimotor turboélice empregado para missões de Transporte Tático, Busca e Salvamento, Missões Aéreas Especiais e Reabastecimento em Voo. A FAB recebeu um total de 29 exemplares das versões C-130E (8), SC-130E (3), C-130H (16) e KC-130H (2) que passaram por dois programas de atualização. Alguns exemplares ainda continuam em serviço ativo na FAB, porém, em breve, o restante da frota será substituída pelo EMBRAER KC-390, maior e mais veloz. O exemplar do MUSAL é o FAB 2453, um C-130E modernizado para o padrão C-130H, incorporado ao acervo em 2014.




Boeing 737-200 (Estados Unidos, 1967), Registro "FAB 2116". Avião comercial com capacidade para 2 tripulantes e 130 passageiros. O 737 é o avião comercial mais vendido da história da aviação civil. O protótipo (737-200) voou pela primeira vez em 1967. A Força Aérea Brasileira operou duas aeronaves VC-96, especialmente configuradas para o transporte de 6 tripulantes e 40 passageiros, além de uma áera VIP, destinada ao transporte presidencial. Neste avião voaram os Presidentes: Ernesto Geisel, João Figueiredo, Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva, de 1976 a 2010. O exemplar em exposição (Matrícula FAB 2116) é a aeronave que mais vezes utilizou o código de chamada “Força Aérea Zero Uno” e também se destacou por ter transportado o corpo do Presidente Tancredo Neves e por ter percorrido onze estados brasileiros com o Papa João Paulo II a bordo. Este avião foi desativado em 2010 com 27.105:55 horas voadas e entregue ao Museu Aeroespacial em 07 de novembro de 2011.

Aérospatiale AS-332 Super Puma (França, 1978), Registro "FAB 8733". A Força Aérea Brasileira passou a empregar o AS-332 em 1986, quando recebeu inicialmente 10 destas aeronaves e que foram designadas na FAB como CH-34. O 3º/8º Grupo de Aviação (3º/8º GAv), sediado na Base Aérea dos Afonsos, foi a Unidade Aérea que passou a operá-los. Com capacidade para 27 tripulantes e cerca de quatro toneladas de carga útil, o CH-34 Super Puma operou na FAB por 29 anos, onde cumpriu diversas missões, entre elas: os transportes dos Papas Bento XVI e Francisco, de comitivas presidenciais e de pessoas desabrigadas por ocasião de desastres naturais, busca de sobreviventes em acidentes aeronáuticos, além da realização de evacuações aeromédicas. O Super Puma voou pela última vez em 27 de novembro de 2015, fazendo assim sua despedida na Força Aérea Brasileira. O exemplar em exposição apresenta a Matrícula "FAB 8733" e foi entregue ao MUSAL em Julho de 2016.

Bell Model 205 Huey (Estados Unidos, 1956), Registro "FAB 8668". Helicóptero com capacidade para dois tripulantes e onze passageiros. Possui um guincho de salvamento com capacidade para 272 kg e um gancho de carga com capacidade de 1.814 kg. Pode ser empregado em missões de resgate, salvamento e combate. Voou pela primeira vez em 20 de Outubro de 1956 (XH-40) e se tornou famoso pela intensa utilização na Guerra do Vietnã. A Força Aérea Brasileira utilizou o H-1H em missões de C-SAR (Resgate em Combate), Busca e Salvamento, Ataque, Evacuação Aeromédica e Infiltração e Exfiltração de Tropas, a partir de 1972. O exemplar em exposição (Matrícula FAB 8668) foi incorporado ao acervo do Museu Aeroespacial em 2012.

Nota Editorial: As tabelas abaixo foram especialmente elaboradas para esta matéria e reúnem informações sobre as aeronaves que encontravam-se disponíveis para visitação no dia que reservamos para conhecer o MUSAL. Entretanto, o acervo do Museu é muito maior, composto em sua totalidade por mais de uma centena de aviões e helicópteros. Como já mencionado nesta matéria, existe uma grande rotatividade entre os modelos em exposição, resultado da constante necessidade em deixar todo o conjunto em perfeitas condições de observação, sendo assim, é possível que boa parte das aeronaves que não encontravam-se no interior dos hangares ou no pátio, estivessem nos setores de manutenção.








Durante a visita ao Museu Aerospacial contabilizamos cerca de 60 aeronaves em exposição em todos os hangares e setores do Museu (conforme mostram as tabelas acima), contudo, sentimos a ausência de diversas outras, entre as quais, podemos citar o protótipo do AMX, Gloster Meteor TF.7, Dassault Mirage IIIEBR, Lockheed F-80C Shooting Star, os Douglas A-20K Havok e B-26 Invader, Lockheed P-2 Neptune, EMBRAER EMB-121 Xingu, Fairchild C-119 Flying Boxcar, somente para citar algumas. Como já mencionado, é possível que boa parte delas estivessem passando por diferentes estágios de manutenção e restauração, uma vez que neste final de semana (dias 24 e 25 de Setembro), o MUSAL promoveu seu evento de "Portões Abertos", onde sempre uma das principais atrações para o público, é a sua própria coleção de aeronaves. Esperamos numa próxima oportunidade poder conhecer e registrar estas e muitas outras aeronaves que fizeram parte da história da Força Aérea Brasileira.

Outro aspecto que merece ser mencionado é a questão dos aviões que o MUSAL recebeu de doação procedentes de outros países nos últimos anos, entre eles, os jatos Lockheed F-104S Starfighter, SEPECAT Jaguar e North American F-86 Sabre. No momento essas aeronaves encontram-se alocadas em Curitiba/PR nas instalações da Helisul, uma das mais atuantes empresas de prestação de serviços na área de aviação no Brasil. Entre suas iniciativas em prol da preservação da cultura aeronáutica está a criação futura de um Museu Aeronáutico no Estado do Paraná, possivelmente na cidade de Foz do Iguaçu. Devido à crescente incorporação ao MUSAL de aeronaves da FAB e protótipos da EMBRAER, decidiu-se priorizar os modelos operados pela Força Aérea, com o objetivo de caracterizar o Museu e também uniformizar e padronizar seu acervo. Dessa forma, é possível que as aeronaves estrangeiras citadas no início deste parágrafo, não retornem mais para o Campo dos Afonsos e passem a fazer parte em definitivo deste novo Museu.






2 comentários:

sergio m. borba disse...

Lindas fotos e esclarecimentos sobre o destino dos aviões doados de outros países. Não vi a foto do avião que antecedeu o Bandeirulha.

fabrica de convites disse...

Bom dia. Muito legal, a reportagem e as fotos que nos mostram o belo acervo. Muito interessante. Parabéns. Abraços. Geraldo.

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