Em fevereiro de 1944 o II/KG 51
(Gruppe II da Kampfgeschwader 51), comandado pelo Major Puttfarken, iniciou
uma série de missões de patrulhas ostensivas noturnas sobre a Inglaterra. Há
mais de um ano que ataques de caças noturnos carregando bombas e atacando os
aviões da RAF em suas bases não ocorriam.
A aeronave utilizada para essas
missões era o Messerschmitt Me410 "Hornisse" (Vespa) e já era claro à
essa altura que se tratava de um avião extraordinário: era rápido, pesadamente
armado e realmente uma formidável ave de rapina. O próprio Puttfarken conseguiria
acumular cinco vitórias - um feito notável para um piloto de uma unidade de
bombardeiros - antes de ser morto em ação em Cantenbury em 23.04.1944. Nada indicava que seu projeto evoluíra de um
avião que avia se revelado um fracasso gigantesco: o Me210. Na verdade, o Me410 originou-se da conversão de
um dos protótipos do Me210, incluindo uma fuselagem alongada, novas asas e um
motor Daimler-Benz DB 605E de 1.475 HP. Esses melhoramentos nas características
de voo fizeram do Hornisse finalmente um digno sucessor do Bf110.
As primeiras cinco unidades da versão Me 410A-1 (bombardeiro-leve) foram
entregues para a Luftwaffe no início de 1943, sendo que estas e as seguintes
foram incorporadas ao 16./KG6 (16º Staffel da KG6) e, depois, ao III/ZG1
(Gruppe III da Zerstörergeschwader 1). Essa versão era armada com dois canhões
MG 151/ 20 de 20mm, duas metralhadoras MG 17 de 7,92 mm e duas metralhadoras MG
131 de 13mm montadas em cada lado da fuselagem traseira em módulos rotativos
operados eletricamente. Essas metralhadoras montadas na parte traseira do avião
eram a mais importante inovação do Me410 - embora já estivessem presentes no
Me210. As duas MG 131 eram controladas pelo artilheiro-de-ré do avião através
de uma mira Revi e uma empunhadura que continha o gatilho, algo semelhante aos
joysticks de hoje. Contudo, esses módulos eram de manutenção muito delicada e
não eram tão simples de se operar. Mesmo assim, podiam ser muito eficazes. Uma
vítima famosa destas armas foi o ás americano James
Morris do 20th Group da USAAF. Em 07.07.1944, enquanto atacava um Me410 sobre
Halle, seu P-38 Lightning foi
alvejado mortalmente por uma dessas armas. Além disso, a carga máxima interna
de bombas era de 2.000kg.
A demanda por essas aeronaves cresceu rapidamente, o que resultou no
fato de que a linha de produção da Messerschmitt em Augsburg foi complementada
por uma segunda, pertencente à Dornier, que passou a operar no início de 1944. Ao
mesmo tempo em que a produção aumentou, um número substancial de variantes
entrou em serviço, incluindo o Me 410A-1/U1 (foto reconhecimento), o Me
410A-1/U2 (caça pesado) e o Me 410A-1/U4 (Zerstörer) este último incluindo um
canhão BK 5 de 50mm montado sob a fuselagem.
O Me 410A-1 foi substituído pelo Me 410A-2, caça pesado equipado com
dois canhões MK 108 de 30mm, mas também construído em
várias outras subvariantes: o Me 410A-2/U2, que era similar ao Me 410A-1/U1; o
Me 410 A-2/U2 destinado à caça noturna e equipado com um radar de bordo; o Me
410A-2/U4 (destruidor de bombardeiros e semelhante ao Me 410 A-1/U4) e o
último, o Me 410A-3, destinado ao reconhecimento fotográfico e equipado com
três câmaras.
Em abril de 1944 o primeiro da séria E foi entregue, introduzindo o
motor DB 603G com 12 cilindros em "V" invertido e desenvolvendo uma
potência de 1.900 HP. As versões Me 410E-1 e Me 410E-2 que eram basicamente
idênticas às versões da série "A". Houve, ainda, a versão Me 410E-5,
um bombardeiro naval equipado com torpedo que estava em fase de testes quando a
guerra acabou. Outra variante de final de guerra era o Me 410E-6, destinado
a atuar contra os comboios aliados, construído em pequena quantidade, e que se
notabilizava por ser equipado com um radar FuG 200 Hohentwiel e com o pesado
armamento composto de dois canhões MG
151/20 de 20mm, dois canhões MK 103 de 30mm e duas metralhadoras MG 131 de 13mm.
Também existiu um projeto para desenvolver uma versão definitiva de caça
noturno, designado Me 410-D, que deveria ser equipado com um radar Liechtenstein
C-1 ou SN-2, abafadores de chamas nos escapamentos dos motores, e armado com
quatro canhões MK 108 de 30mm e dois canhões MG 151/20 de 20mm nos módulos
laterais, bem como outros dois canhões MK 108 disparando verticalmente para
cima, um dispositivo chamado "Schräge Musik". A superfície das asas
era revestida de madeira, para conservar materiais estratégicos. No entanto,
essa versão nunca entrou em produção e os eventuais protótipos nunca entraram
em combate.
À medida que os aliados intensificaram a ofensiva de bombardeios contra
a Alemanha em 1944, os Me 410 foram empregados cada vez mais na Defesa do Reich na luta contra as gigantescas
formações de Boeings B-17 e Consolidated B-24 e, embora tenham ocasionado pesadas
baixas, foram derrubados impiedosamente pelos caças de escolta americanos P-51 e P-47.
A produção do Messerschmitt Me 410 finalmente cessou em setembro de 1944,
depois que 1.160 aviões terem sido construídos e, embora o modelo não tenha
atingido o sucesso que dele se esperava, ele tinha sido um gigantesco passo à
frente do desastroso Me 210.
Esta matéria também pode ser encontrada em http://www.luftwaffe39-45.historia.nom.br.
Acompanhe abaixo uma extensa coleção de fotos desta aeronave:
Fontes consultadas:
http://www.asisbiz.com/
http://www.indianamilitary.org/
http://kevsaviationpics.blogspot.com
http://www.wwiiaircraftphotos.com/
http://www.ibiblio.org/
http://www.shu-aero.com/
http://world-war-2.wikia.com
http://weapons-of-war.ucoz.ru/
http://www.avionslegendaires.net/
http://www.deadlybirds.com.br/
http://www.panzertruppen.org/
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