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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

ASPIRANTEX 2023: Uma visita à Fragata F44 Independência

 


Nos dias 21 e 22 de Janeiro, a Fragata Independência (F44) pertencente à Marinha do Brasil, esteve aberta à visitação pública na cidade de Itajaí, localizada no litoral norte de Santa Catarina. O evento ocorreu no pier da Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí e fez parte das ações sociais e de divulgação das atividades navais promovidas pela Marinha durante a realização do Exercício ASPIRANTEX 2023, que ocorre até o dia 1º de Fevereiro, na área marítima entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina. Para saber mais informações sobre o treinamento, basta clicar sobre o banner logo abaixo. O site Aviação em Floripa esteve a bordo do navio e preparou a presente matéria, mostrando um pouco desta experiência, da qual você é nosso convidado. Boa leitura!


Clique sobre a imagem acima, para saber mais sobre a ASPIRANTEX 2023.


Um breve histórico


A F44 Independência é uma das seis Fragatas da Classe "Niterói" (veja quadro abaixo), das quais atualmente, cinco continuam em serviço ativo, adquiridas durante a década de 70 como parte do Programa de Renovação e Ampliação de Meios Flutuantes da Marinha. Ela foi a quinta a ser recebida pela Marinha do Brasil e a primeira de duas unidades construídas pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), com material, equipamentos e assistência técnica do estaleiro inglês Vosper Thornycroft Ltd., responsável pelo projeto das Fragatas Classe "Amazon" ou "Type 21", operadas à época pela Real Marinha britânica (Royal Navy) e no qual o projeto dos navios brasileiros foi baseado. O advento desses meios navais representou para a Marinha do Brasil, um verdadeiro divisor de águas no tocante à incorporação de avanços tecnológicos, principalmente em termos de sistemas de combate, operação, armamentos e manutenção, uma vez que boa parte de nossa força naval de combate no início da década de 70, era composta por navios de origem norte-americana, já bastante defasados e obsoletos, alguns deles inclusive, provenientes de modelos ou classes que haviam operado na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Outro aspecto extremamente positivo do programa das Fragatas, foi a questão da transferência de tecnologia, capacitação técnica de mão-de-obra nacional e o fortalecimento da indústria naval, fatores que ajudaram nosso país no projeto e construção de futuras embarcações para a Marinha como o Navio-Escola Brasil e as Corvetas das Classes "Inhaúma" e "Barroso". A excelência do projeto das Fragatas Classe Niterói permitiu que elas recebessem um MLU (do inglês Mid-Life Update, ou Atualização de Meia-Vida), com o objetivo de dotar os navios com sistemas de combate, sensores e armamentos capazes de enfrentar de maneira eficaz as ameaças da guerra naval moderna. Chamado de MODFRAG, o programa teve início a partir de meados dos anos 90, sendo entregue pela Marinha à Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), ficando sob a responsabilidade executiva da Diretoria-Geral do Material da Marinha e a coordenação com a Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha. Entre os principais pontos da modernização, estavam a substituição de vários itens do sistema de armas e a incorporação e/ou aperfeiçoamento dos principais sensores e sistemas dos navios.

Principais aperfeiçoamentos do Programa MODFRAG. Fonte: https://www.naval.com.br/ngb/L/L026/L026.htm

A Fragata “Independência” é um navio com ênfase na Guerra Antissubmarino (ASW), podendo atingir até a velocidade máxima de 30 nós (cerca de 56 km/h). É capaz de realizar sua autodefesa, de ponto, contra ameaças aéreas a curta distância, possuindo condições de engajar alvos de superfície e terrestres. A embarcação destina-se a operar em Forças-Tarefa ou em patrulhas de escolta, com as seguintes funções: Prover cobertura nas ações antissubmarino, fornecer cobertura contra alvos de superfície e aéreos em ações de superfície, antiaéreas e desembarque e coordenar, controlar ou supervisionar as ações de todas as unidades de superfície e aéreas que constituem o seu Grupo-Tarefa. A partir disso, decorrem as seguintes missões que lhe podem ser atribuídas:

  • Defender forças navais contra o ataque de superfície, de submarinos ou aeronaves;
  • Localizar e destruir submarinos inimigos;
  • Efetuar operações de Busca e Salvamento (SAR) à tripulações de aeronaves e navios por ocasião de acidentes;
  • Proporcionar apoio às operações de desembarque anfíbias, utilizando os sensores e armamento de superfície para a execução de bombardeio naval, e os sensores e armamento A/S (Antissubmarino) e A/A (antiaéreo) contra ataques de submarinos e de alvos aéreos;
  • Efetuar serviços de piquete, utilizando seus sensores para aumentar a profundidade de busca da Força apoiada, transmitindo os dados obtidos a outras Fragatas por intermédio de “Link” de dados;
  • Efetuar serviço de Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica (MAGE), utilizando os sensores existentes a bordo.

Desde sua incorporação, a Fragata Independência integrou por diversas vezes, as principais Operações realizadas pela Marinha do Brasil ou com outras nações, tais como, UNITAS, ADEREX, DRAGÃO, ASPIRANTEX, dentre tantas outras. Além disso, participou de várias comissões internacionais importantes. A título de exemplo, podemos citar a presença, por três vezes (2016/2018/2020), na Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL). Em 2021, o navio realizou a Operação “Guinex-I” na área marítima do Golfo da Guiné, com o objetivo de incrementar as capacidades de segurança marítima entre o Brasil e os países da região, por meio de exercícios combinados e de adestramento mútuo.

Nota Editorial: As informações constantes no parágrafo acima, bem como boa parte dos dados técnicos sobre o navio (veja quadro no fim desta matéria), foram obtidos junto às Seções de Comunicação Social da Fragata Independência e do Comando da Força de Superfície (ComForSup).


Conhecendo a Fragata Independência


Aproveitando a presença na cidade de Itajaí no sábado (21/01), onde, durante a manhã, o site Aviação em Floripa teve a oportunidade em visitar o NAM Atlântico (matéria que pode ser acessada clicando neste link), reservamos o período da tarde para conhecer a F44 Independência, atracada no pier da Delegacia da Capitania dos Portos de Itajai. Em uma importante iniciativa, visando aproximar a Marinha do Brasil e a sociedade, foi proporcionada a visitação pública da Fragata, no período entre 13:30 hs às 17:30 hs, durante todo o final de semana (dias 21 e 22 de Janeiro). Apesar do sol forte e dias propícios para a praia, um grande número de pessoas escolheu a Capitania dos Portos de Itajaí como sua atividade de lazer, reservando parte do fim de semana para fazer um programa familiar diferente, tendo a chance para conhecer em detalhes o navio e registrar este momento único. Acompanhe a partir de agora, algumas imagens do evento e do nosso tour pela "Léo Pirata", como a embarcação é carinhosamente tratada por sua tripulação.





Mesmo sob sol forte, a oportunidade de visitação ao navio, atraiu várias famílias para a Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí.

Para evitar aglomerações e a fim de que todos pudessem conhecer com calma a embarcação, foi organizada a entrada em grupos de aproximadamente 25 pessoas. A visitação começava pela popa do navio (parte de trás), em seguida, o Convés de Voo e o Hangar, onde encontrava-se um helicóptero AH-11B Wild Lynx, componente do sistema de armas das Fragatas Classe "Niterói". Após estas áreas, os visitantes acessavam o corredor de boreste (lado direito) da embarcação, passando pelo meio do navio e chegando até o nível superior, aonde era possível ter uma visão parcial do Passadiço (posto principal do Comandante e local de onde o navio é manobrado). A partir deste ponto, o roteiro seguia novamente até a parte central e o retorno acontecia agora pelo corredor de bombordo (esquerda) até chegar novamente ao Convoo e depois à popa do navio, encerrando assim a visita. Militares pertencentes à tripulação da Fragata estavam posicionados em pontos-chave do trajeto para orientar e fornecer explicações.


Sistema Albatros composto por um lançador óctuplo de mísseis antiáreos Aspide 2000, localizado na popa da F44 Independência. Um dos armamentos instalados a partir do Programa MODFRAG e que aumentou substancialmente a capacidade de engajamento e destruição de ameaças aéreas contra o navio ou outras embarcações sob sua guarda.

Vista geral do Convés de Voo. Ao fundo, pode-se observar o hangar destinado ao helicóptero orgânico do navio.



Helicóptero AH-11B Wild Lynx, pertencente ao Esquadrão HA-1. Na Marinha do Brasil a aeronave AH-11B é empregada com o intuito de integrar os sistemas de armas dos navios de superfície da Esquadra, para ampliar as possibilidades dos sensores de bordo e a capacidade de reação das embarcações. Secundariamente, é utilizada nas seguintes tarefas: Evacuação Aeromédica, Busca e Salvamento, Apoio Logístico Móvel, Levantamento Fotográfico, Espotagem de Tiro de Superfície, Calibragem de Radares e pode ser empregada em apoio a elementos de Operações Especiais.

Vista do corredor de boreste (lado direito do navio).





Lançadores de mísseis antinavio MM40 Exocet, localizados na parte central da Fragata.

Mastro do navio, com suas antenas e equipamentos.

Vista parcial do Passadiço da F44 Independência.

Vista à boreste da lateral externa do Passadiço em direção à proa do navio.


Reparos do canhão Bofors SAK CIWS 40mm/70, a boreste (em cima) e a bombordo (foto acima), Esta arma compõe o sistema secundário de defesa antiaérea do navio e é operado de forma remota a partir do Centro de Operações de Combate.

Com a modernização, as Fragatas receberam sistemas de autodefesa com lançadores de despistadores de mísseis. Existem quatro desses conjuntos ao redor do navio.

Lançador triplo de torpedos Mk.46, utilizados contra alvos de superfície ou submarinos.

Brasão da F44 Independência.

Vista do Passadiço a partir do pier.

O armamento da proa é composto pelo canhão Vickers Mk.8 de 4,5 pol (114 mm), que pode ser empregado contra alvos de superfície ou aéreos (em primeiro plano) e um lançador duplo de foguetes antissubmarino Bofors SR-375 BOROC de 375 mm (ao fundo).


Detalhe do canhão Vickers Mk.8 de 114 mm.


Detalhe do lançador Bofors SR-375 BOROC.


Vistas em 3D - F44 Independência




Fonte: https://www.artstation.com/artwork/R3ExZm


Dados Técnicos







O site Aviação em Floripa gostaria de parabenizar a Marinha do Brasil por esta importante ação social desenvolvida tanto em Itajaí/SC, quanto em Santos/SP, durante a ASPIRANTEX 2023, em abir seus meios navais à visitação pública, fazendo com que a sociedade possa conhecer de forma mais próxima, os navios e o trabalho desenvolvido em prol da defesa de nossa Amazônia Azul. Agradecimentos ao Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM) e à Capitania dos Portos de Itajaí pelo apoio a esta matéria. 

Gostaria de deixar registrado aqui também o auxílio prestado pelas Seções de Comunicação Social do Comando da Força de Superfície (ComForSup) e da Fragata Independência, na figura do Primeiro-Sargento Bacelar, pelo recebimento e encaminhamento da solicitação de informações para esta matéria, ao Segundo-Tenente Paulo Rodrigues (Encarregado da Comunicação Social) e ao Capitão de Fragata João Victor Gallo Novaes (Imediato) da Fragata Independência, pela sessão dos dados técnicos, imagem do brasão, heráldica e demais informações que serviram de subsídio para a elaboração do texto e para a confecção dos quadros e tabelas acima apresentados.

3 comentários:

Aparecido Camazano Alamino disse...

Ótima abordagem e excelentes fotos. Parabéns. Belo Trabalho!

Luciani Capistrano Duarte disse...

Fantástico! Belo navio! Bela reportagem! Parabéns!

fabrica de convites disse...

Boa noite. Muito legal. Como sempre fornecendo informações de grande interesse aos apaixonados pelo assunto. Abraços. Geraldo.

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