Entre os dias 31 de março e 11 de
abril, a Base Aérea de Florianópolis (BAFL) está sediando a terceira edição do
Exercício Carranca. Coordenado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo
(DECEA), o treinamento é focado no planejamento e na execução de missões de
Busca e Salvamento (SAR), tanto em terra como no mar e envolve cerca de 350
militares de diversas Organizações e Unidades Aéreas da Força Aérea
Brasileira, além de integrantes do Serviço de Busca e Salvamento da Marinha do
Brasil (SALVAMAR SUL). O nome do Exercício refere-se à alcunha do Major Médico
Carlos Alberto Santos, militar integrante do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo
de Aviação (2º/10º GAv) e do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARASAR),
uma justa homenagem a quem se dedicou à nobre tarefa de salvar vidas.
Helicópteros participantes do Exercício Carranca 3. À esquerda, H-60L Blackhawk,
no centro, Bell H-1H e à direita, H-34 Super Puma.
Nos últimos anos a Base Aérea de
Florianópolis tem sido palco de diversos treinamentos voltados para a atividade
de Busca e Salvamento, tendo inclusive sediado as edições anteriores do
Exercício Carranca, ocorridas respectivamente nos anos de 2009 e 2013. A
escolha da capital catarinense para a realização da manobra não é por acaso, e
sim, motivada por sua excelente localização geográfica, características
climáticas e por reunir em um curto espaço territorial, uma ampla variedade de
cenários (mar, montanhas, entre outros) possibilitando às aeronaves atingir a
área de treinamento com rapidez, resultando em substancial economia de tempo e
de combustível, constituindo-se em um dos melhores locais do país para este
tipo de treinamento. Outro ponto fundamental para os esquadrões é o apoio
logístico e de manutenção proporcionado pela própria Base Aérea. Destaca-se
ainda, a falta de conflito com o tráfego aéreo local. Embora a BAFL esteja
instalada junto ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz, a movimentação de
aeronaves comerciais é reduzida, se comparada com grandes centros como Rio de
Janeiro e São Paulo, por exemplo.
Ten.-Cel.-Av Sílvio, Diretor do Exercício.
De acordo com o Diretor do
Exercício, Tenente-Coronel Aviador Sílvio Monteiro Júnior, o Brasil é
responsável por executar missões de Busca e Salvamento em uma área que totaliza
22 milhões de km², incluindo o território continental e boa parte do Atlântico
Sul. Prover segurança e ter uma capacidade de pronta-resposta a qualquer evento
ou acidente que envolva a utilização de meios aéreos e humanos na tarefa de
Busca e Salvamento numa área tão extensa como esta, requer uma constante
atualização e treinamento. É esta a principal finalidade de Exercícios como o
que está em curso em Florianópolis, servindo para avaliar a capacidade e a
operacionalidade dos órgãos responsáveis pelo Sistema de Busca e Salvamento
Brasileiro (SISSAR) e os métodos, procedimentos e técnicas empregadas em
Operações SAR. É importante também pelo intercâmbio e a troca de experiências
entre todos os envolvidos. Além disso, esta edição do Exercício Carranca traz a
novidade da utilização de Óculos de Visão Noturna (NVG) em missões de resgate
em terra.
Frente a frente, dividindo o pátio da BAFL, o moderno H-60L (em primeiro plano) e o veterano H-1H (ao fundo), simbolizam bem o espírito do treinamento, ou seja, o intercâmcio e a troca de experiências.
Outro ponto positivo destacado
pelo Ten.-Cel. Silvio, é o acréscimo de Unidades Aéreas envolvidas no
treinamento, em comparação com as edições anteriores. Estão participando do
Exercício Carranca 3, dois helicópteros Bell H-1H e um avião CASA C-105
Amazonas do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAv, Esquadrão
Pelicano), sediado em Campo Grande (MS), um helicóptero H-34 pertencente ao
Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (3º/8º GAv, Esquadrão Puma), com
sede na Base Aérea dos Afonsos (RJ), um helicóptero H-60L Blackhawk do Quinto
Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAv, Esquadrão Pantera), sediado em
Santa Maria (RS), além dos aviões P-95 Bandeirante Patrulha do Segundo
Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (2º/7º GAv, Esquadrão Phoenix), Unidade
Aérea anfitriã, com sede em Florianópolis (SC). Além delas, também integram o
treinamento, militares dos SALVAEROS dos quatro Centros Integrados de Defesa
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), do Primeiro Grupo de Comunicações
e Controle (1º GCC), com o apoio da Base Aérea de Florianópolis e do
Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis (DTCEA-FL). A Marinha
do Brasil participa com o Serviço de Busca e Salvamento da Marinha (SALVAMAR) e
com o Navio-Patrulha (NPa) P-61 Benevente.
Bell H-1H do Esquadrão Pelicano
H-60L Blackhawk do Esquadrão Pantera
H-34 Super Puma do Esquadrão Puma
O treinamento em Florianópolis
foi dividido em duas etapas distintas. A primeira delas, denominada de
Avaliação Operacional (AVOP), ocorreu semana passada e compreendeu uma série de
exercícios e competições entre as equipes de coordenação dos Centros de
Salvamento (SALVAEROS) de Manaus, Recife, Brasília e Curitiba, através de
avaliações teóricas, práticas e físicas. Foi também nesta fase, que todos os
cenários e situações que iriam testar as equipes SAR em campo foram montados e
planejados, de acordo com a doutrina de Busca e Salvamento vigente. É também nesse
momento que se define a aplicação de novos métodos, técnicas ou conceitos que,
se validados e aprovados, serão incorporados e disseminados a toda a cadeia SAR,
melhorando ainda mais o serviço prestado pelos profissionais da área.
Finalizada a etapa de Avaliação
Operacional, chega o momento de colocar em prática tudo que foi planejado. A
“parte visível” do treinamento iniciou-se esta semana e é chamado de Exercícios
Integrados (EXINT). Nesta fase, as equipes receberão diversas missões, entre
elas a de localizar náufragos, embarcações a deriva, pilotos que foram ejetados
de seus caças ou aeronaves acidentadas. De acordo com o Ten.-Cel. Silvio, o
grau de complexidade das missões durante o treinamento, aumenta a cada dia, exigindo cada vez mais das
tripulações e equipes de coordenação. Embora tudo seja feito de forma simulada,
o realismo das situações faz com que todos os participantes das missões de
resgate, se dediquem ao máximo para cumpri-las. Tudo é registrado coordenado e
avaliado pela Direção do Exercício, desde a localização até o salvamento das
vítimas, desembarque dos feridos e a entrega à equipe médica de prontidão.
O blog Aviação em Floripa esteve
presente no dia de ontem (08/04), na Base Aérea de Florianópolis, no Media Day do Exercício Carranca 3, que
reuniu profissionais de emissoras de TV, rádio e jornais locais, revistas e
sites especializados em aviação. Eventos como esse são muito importantes, pois
dão a oportunidade de se conhecer e divulgar um pouco mais do trabalho
realizado pela Força Aérea Brasileira.
Primeiramente fomos recebidos no
Auditório da BAFL, onde a Direção do Exercício explicou o funcionamento do
Sistema brasileiro de Busca e Salvamento e forneceu detalhes do treinamento em
Florianópolis. Após uma rápida entrevista coletiva, na qual, os veículos de
imprensa puderam fazer questionamentos e obter mais informações, nos dirigimos
a uma área dentro da própria Base, onde acompanhamos uma simulação de resgate de
uma vítima, realizada por um helicóptero H-60L Blackhawk do Esquadrão Pantera,
matéria esta que em breve estará disponível aqui no blog. Finalizando a visita, conhecemos o centro nervoso da operação, as instalações da DIREX, de onde todo o
exercício é acompanhado e coordenado.
Coletiva de imprensa da Direção do Exercício Carranca 3 (da esquerda para a direita, Major Fernandes, Coordenador das Unidades Aéreas, Tenente-Coronel Sílvio, Diretor do Exercício e Capitão Justino, Coordenador dos Subcentros de Salvamento.
Simulação de resgate feito pelo helicóptero H-60L Blackhawk.
Visita ao centro nervoso do Exercício Carranca 3.
Tela mostrando em tempo real uma missão de busca no mar, efetuada por aeronave de asa fixa.
Ten.-Cel. Sílvio explica o funcionamento dos diversos equipamentos que compõem a DIREX.
Gostaríamos de agradecer a
oportunidade dada ao blog Aviação em Floripa em poder acompanhar mais este
importante treinamento da Força Aérea Brasileira. Agradecimentos à Assessoria
de Comunicação Social do DECEA, ao Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
(CECOMSAER), à Comunicação Social da Base Aérea de Florianópolis e à Direção
do Exercício, em especial, ao Ten.-Cel.-Av Sílvio, que com muito entusiasmo e
simpatia, nos conduziu durante o tempo de permanência na BAFL, não poupando
esforços para a realização da matéria. Sem o apoio destes profissionais, esta
cobertura fotográfica não teria sido possível.
Abaixo seguem mais algumas imagens das aeronaves envolvidas no treinamento e que expressam o cotidiano destas Unidades Aéreas e dos profissionais que delas fazem parte, diuturnamente engajados na nobre missão de salvar vidas e sempre fiéis ao lema da Aviação de Busca e Salvamento: "Para que outros possam viver".
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