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domingo, 15 de março de 2015

Exercício Carranca IV: Uma missão de resgate





Por volta das 14:00 hs (UTC) do dia 10 de março, o  PT-BLS decolou de Curitiba (SBCT) para Florianópolis (SBFL), com três passageiros. Durante o voo teve sua estrutura prejudicada devido às condições meteorológicas adversas – nuvens pesadas com precipitação forte e granizo. O piloto optou por prosseguir para Florianópolis, porém na aproximação para pouso os motores pararam de funcionar. Segundo a Torre de Florianópolis, o piloto declarou emergência, pois iria efetuar um pouso forçado. Após a colisão, o co-piloto acionou o PLB (Personal Location Beacon ou Baliza de Localização Pessoal) que estava dentro do Kit de Sobrevivência da aeronave. Esse sinal foi recebido pelo Salvaero Curitiba que acionou uma aeronave H-60 Black Hawk para realizar o salvamento.

O relato que você terminou de ler é fictício e ilustra uma das inúmeras situações criadas pela Equipe de Coordenação do Exercício Carranca IV com o intuito de proporcionar um treinamento o mais realista possível para as tripulações que executam a missão de Busca e Salvamento na Força Aérea Brasileira. Como parte das atividades programadas para o Mídia Day (evento destinado aos veículos de mídia), a Direção do Exercício oportunizou aos meios de comunicação presentes, entre eles o blog Aviação em Floripa, o privilégio de poder acompanhar todos os detalhes de uma missão de resgate, realizada por um helicóptero H-60L Blackhawk do Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAv), conhecido como Esquadrão Pantera, uma das unidades aéreas participantes da operação e que tem sua sede na cidade de Santa Maria (RS).

Com o objetivo de tornar a matéria mais dinâmica e interessante aos nossos leitores, organizamos as fotos e os textos que as explicam, dispostos de forma sequencial e de acordo com o desenrolar dos fatos. Sempre que for necessário, incluiremos também legendas abaixo das fotos. Acompanhe então a partir de agora, passo a passo, toda a missão de resgate. 





Para o cenário do treinamento foi escolhida uma área dentro da própria Base Aérea de Florianópolis. O exercício foi pensado de maneira que o local do acidente não permitia o pouso do helicóptero, dessa forma, a equipe de socorristas precisou fazer todo o procedimento de atendimento e de resgate utilizando o guincho da aeronave, sem dúvida um fator a mais de dificuldade à execução da missão. Na imagem é possível ter uma visão geral do local do "acidente" e a disposição das vítimas no terreno (à direita, na parte inferior da foto).





Foram empregados no treinamento um voluntário e dois bonecos, simulando os três passageiros do PT-BLS, sendo que um deles representava uma gestante. Todos tinham ferimentos e escoriações devido à queda, feitos através de maquiagem, com o objetivo de tornar o exercício o mais realista possível. A utilização de uma pessoa ao invés de mais um boneco faz referência à história montada para o resgate, uma vez que um dos membros da tripulação deveria se evadir do cenário em busca de ajuda.

A sequência de fotos a seguir, mostra em detalhes o trabalho de resgate executado pela equipe do Esquadrão Pantera. Toda a ação foi acompanhada e registrada, tanto do ar (por um cinegrafista a bordo do helicóptero) como em terra, por militares experientes em missões de Busca e Salvamento. Com prancheta em mãos e câmera GoPro presa à cabeça, todos os procedimentos dos "resgateiros" foram anotados, cronometrados e observados atentamente.


Avaliação do local pela tripulação do H-60L Blackhawk. 



Desce o primeiro socorrista.


 A bordo, toda a ação é registrada.


 A poucos metros do solo e em voo pairado, a corrente de ar descendente gerada pelos dois potentes motores do Blackhawk é impressionante.


 Avaliador observa toda a ação de descida da equipe de resgate. Note a câmera presa à cabeça.



Descida do segundo homem de resgate com a maca. 


Chegada ao local do "acidente". 




Avaliação do estado das vítimas. 


 Com prancheta em mãos e câmera na cabeça, tudo é registrado.


O helicóptero acompanha de perto o resgate em terra.



Atendimento à vitima, mesmo sendo um boneco (no caso uma gestante), os socorristas o tempo todo conversam com ela, procurando acalmá-la. Em paralelo, todo o procedimento de resgate é falado em voz alta para o avaliador. 


 Gestante já estabilizada, sendo colocada na maca.


 Com a vítima já imobilizada e pronta para ser içada...


...o "resgateiro" chama via rádio o helicóptero. 



 Helicóptero posicionando-se para o içamento.


 Membro da equipe de resgate sinaliza com a mão sua posição para a descida do guincho.


 Pronto para subir.


 O trabalho de toda a equipe (operador de guincho, pilotos e socorristas) é fundamental para o sucesso da missão.


Içamento da primeira vítima resgatada. 


Chegada ao helicóptero. A guia na cor vermelha é segurada pelo outro socorrista no solo e tem o objetivo de estabilizar a maca para que a mesma não gire.


Segunda vítima em atendimento. Observe ao fundo, na gaiola que simula os destroços da aeronave, que o terceiro tripulante já não se encontra na cena do "acidente". 


Helicóptero se afasta novamente, aguardando o término do atendimento à segunda vítima. 




 Atendimento e transporte da vítima para o local de içamento.



Aguardando o helicóptero. 





 A sequência de fotos acima mostra o içamento da segunda vítima até o helicóptero.




 Finalizado o resgate, com as vítimas já embarcadas, o último homem em solo é içado.


Com todos a bordo, o helicóptero parte para o pátio da Base Aérea de Florianópolis...


...onde a equipe médica já aguardava para encaminhar as vítimas a um hospital.


Entre a chegada dos socorristas ao cenário do treinamento e o pouso no pátio da Base Aérea de Florianópolis, pouco mais de 30 minutos se passaram. A rapidez e o atendimento correto contam pontos valiosos quando o tempo é fator determinante para se salvar vidas. É importante registrar o profissionalismo e o trabalho de equipe de todos os envolvidos na missão de resgate. Estas qualidades não pertencem apenas ao Esquadrão Pantera, mas a todos os integrantes da Aviação de Busca e Salvamento da Força Aérea Brasileira, considerada uma das melhores e mais eficientes do mundo. Todo o desprendimento destes homens e mulheres, dedicados à missão de salvar vidas, encontra-se resumido no lema da Aviação de Busca e Salvamento, "Para que outros possam viver".





Entram em cena os cães farejadores do Grupo de Apoio à Força Aérea Brasileira (GAFAB). A missão de Thor, Lora e Rita (Dois Labradores e uma Foxhound) é encontrar o terceiro tripulante que se evadiu do local do "acidente" em busca de ajuda e acabou se perdendo na mata, sendo localizado em seguida pelos animais a cerca de 300 metros deste ponto.

Participando pela primeira do Exercício Carranca, o grupo foi criado em 1996 e tem sua sede em Piracicaba (SP). Formado por voluntários, nasceu com o objetivo de divulgar a Aviação Civil e Militar brasileira para as pessoas em geral, sobretudo aos mais jovens. A cerca de dois anos vem desenvolvendo o projeto "Cão de Busca e Salvamento" e trouxe a Florianópolis, além dos cães, quinze integrantes do grupo. Para saber mais sobre o GAFAB e suas ações, visite a página oficial da entidade:

http://www.gafab.org/


Com a missão de resgate que você acabou de acompanhar, o blog Aviação em Floripa finaliza a cobertura do Exercício Carranca IV. Mais uma vez agradecemos à Direção do Exercício (DIREX), à Assessoria de Comunicação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (ASCOM/DECEA), ao Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e à Comunicação Social da Base Aérea de Florianópolis. Agradecimentos especiais ao Tenente-Coronel Aviador Sílvio, ao Capitão Aviador Celoni, ao Primeiro-Tenente Aviador Damasceno, à Sargento Rosana, à Tenente Jornalista Daniele, à Jornalista Daisy Meireles e a todos que de alguma forma contribuíram para a confecção das matérias.

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