A EXPOAER deste ano na Base Aérea
de Canoas contou com exemplares de todos os vetores que formam a primeira linha
da Aviação de Caça brasileira. Além dos Northrop F-5EM Tiger II do Esquadrão
Pampa e de um A-1 pertencente ao Esquadrão Centauro, o Primeiro Grupo de Defesa
Aérea (1º GDA), sediado na Base Aérea de Anápolis (GO), enviou uma de suas aeronaves Dassault Mirage 2000B. Trata-se de
um avião biposto (de dois lugares e utilizado basicamente para missões de
treinamento e de conversão operacional). No total, 12 aviões compõem o
Esquadrão Jaguar, como é conhecido, sendo 10 da versão C (monoposto), empregado
como interceptador e 2 da versão B, designados na FAB como F-2000C/B
respectivamente.
Talvez boa parte das pessoas,
principalmente aquelas que não vivenciam o dia-a-dia dos assuntos de aviação
militar, ao admirar as belas e elegantes linhas da aeronave de fabricação
francesa estacionada sob um dos hangaretes da Base Aérea de Canoas, não se deu
conta que possivelmente estavam vendo aquela silhueta pela última vez. Isso
porque os Mirage 2000 estão programados para deixar o serviço ativo da FAB no
final deste ano. Os aviões foram adquiridos da França e entregues entre 2005 e
2008 de forma a cobrir a lacuna deixada pelo seu antecessor, o Mirage IIIE/D e
também como uma solução provisória até a escolha e entrada em operação do novo
vetor de caça da Força Aérea Brasileira, através do Programa FX e
posteriormente FX 2. Entretanto, a demora na definição da aeronave levou o
Mirage 2000 ao limite do seu emprego operacional e certamente exigiu um grande
esforço, sobretudo das equipes de manutenção e logística para manter a disponibilidade
da frota e assim garantir a missão da unidade na defesa da soberania do espaço
aéreo brasileiro.
Espera-se para os próximos meses
uma definição quanto ao Programa FX 2. Até a chegada da aeronave escolhida, a
missão de defender os céus do Planalto Central e de Brasília caberá ao Northrop
F-5EM/FM Tiger II. Algumas aeronaves deverão ser remanejadas dos três
esquadrões que o operam e, em breve, a frota de F-5 da FAB receberá o reforço
das 11 células (08 da versão E e 03 F) compradas da Real Força Aérea da
Jordânia (RJAF) e que atualmente estão sendo modernizadas pela Embraer, que as
elevará para o padrão F-5EM/FM.
Termina assim, ao final do ano, a
visão marcante nos céus do Brasil das aeronaves com asas em delta, iniciada no
começo da década de 70 com a chegada do Mirage III e finalizada agora com a
retirada de serviço do Mirage 2000. O fechamento deste ciclo também encerra um
importante capítulo do 1º Grupo de Defesa Aérea e da Força Aérea Brasileira.
Entretanto, o advento da nova aeronave e as próximas gerações de caçadores, saberão
dar continuidade ao espírito, aos ideais e às tradições da Aviação de Caça.
0 comentários:
Postar um comentário