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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

A representação de uma conquista!

 


25 de agosto de 2023! Hoje está completando um ano que o Site Aviação em Floripa, embarcou na maior de suas aventuras desde que foi criado, em outubro de 2010. A ocasião também representou a realização de um sonho para este Editor que vos escreve, um desejo buscado por muitos entusiastas da Aviação no mundo inteiro, mas que poucos têm a chance de concretizar: voar em um jato militar de combate. Quis o destino que essa oportunidade surgisse com a Marinha do Brasil, nas asas do Esquadrão VF-1, Unidade Aérea da Aviação Naval equipada com os caça-bombardeiros McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, designados localmente como AF-1 Falcão. 

Um dia inesquecível e uma experiência que levarei para sempre comigo, voar em um jato militar de combate.

O voo ocorreu na casa do Esquadrão VF-1, a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), localizada no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro e representou o coroamento do trabalho do site Aviação em Floripa, reconhecido por esta oportunidade dada pela Marinha do Brasil. O início desta jornada começou muitos meses antes e de forma totalmente despretensiosa, mais precisamente em janeiro de 2022, quando o Esquadrão Falcão esteve em Florianópolis durante a Operação "Aspirantex" daquele ano. Na época, o site Aviação em Floripa produziu uma matéria sobre a participação da Unidade Aérea no Exercício, que teve uma repercussão bastante positiva junto ao seu Comando, rendendo o convite para uma visita ao Esquadrão. Entretanto, a possibilidade de efetuar um voo, demandou autorização de nível superior e assim, passamos a estas tratativas com os canais competentes, a qual obtivemos êxito mais à frente, graças à seriedade e qualidade do trabalho do site, que já haviam sido demonstrados em conteúdos anteriores publicados sobre a Aviação Naval. Para quem está conhecendo o site agora ou quiser relembrar a matéria referente ao voo, basta clicar sobre a imagem abaixo:

Clique sobre o banner acima, para acessar a matéria.

Como uma forma de eternizar este momento único e inesquecível, busquei algo no pensamento que pudesse materializá-lo de uma forma especial, concluindo que uma maquete em escala da aeronave que eu voei, seria algo bem interessante e apropriado. O desafio estava lançado e comecei a pensar em quem poderia me ajudar nesta empreitada. Imediatamente me lembrei do amigo de longa data, Nilton José dos Passos, um grande plastimodelista e proprietário da Challenger Modelismo, em Florianópolis. Felizmente, ele prontamente abraçou a ideia e me indicou alguém que pudesse me auxiliar, João Carlos Felisbino, também de Florianópolis, um talentoso e dedicado plastimodelista com inúmeros trabalhos já realizados, alguns deles inclusive, expostos na loja da Challenger, no bairro Coqueiros. O contato foi feito e o João desde o início se mostrou receptivo e disposto em transformar em realidade, aquilo que havia imaginado para representar o meu voo.

O primeiro grande desafio era obviamente encontrar a maquete. O modelo pensado por mim, deveria ser a princípio na escala 1/48 e, como segunda opção, 1/72. Nem sempre é uma tarefa muito simples procurar um kit ou conjunto que atenda ao seu interesse. Muitas vezes o modelo não é mais comercializado ou precisa ser importado, o que torna a aquisição muito cara. São muitos detalhes que precisam ser considerados, sem contar o fato de que na grande maioria dos casos, a maquete precisa ser adaptada de várias formas para que se torne uma réplica fiel do avião que se quer retratar. Por sorte, o João conseguiu achar um kit na escala pretendida, usado, desmontado e em bom estado, algo que os plastimodelistas chamam de "sucata". O modelo já era na versão de dois assentos, o que facilitou a questão das adaptações. O aviões voados pela Marinha foram adquiridos do Kuwait em 1998 e são da variantes A-4KU (monoposto) e TA-4KU (biposto), sendo os kits mais próximos desta, baseados no OA-4M Skyhawk II, exatamente o encontrado.

Conjunto na escala 1/48 do OA-4M Skyhawk II, kit fabricado pela empresa Monogram.

Maquete encontrada e adquirida, o próximo passo, buscar uma folha de decais (adevisos) contendo todas as marcações, instruções e numerações utilizadas na aeronave real. Para esta tarefa, entrei em contato com o Felipe Canuto Miranda, da FCM Decalques, um dos maiores especialistas no Brasil na criação deste tipo de material, que preparou e confeccionou uma folha personalizada para o AF-1C Falcão Matrícula N-1021, o avião em que voei, com todos os elementos que seriam necessários para deixar o modelo idêntico ao original.

Folha personalizada contendo os adesivos para colocação no modelo em escala.

E assim, com todo o material à disposição, o João iniciou efetivamente o processo de montagem do modelo, um trabalho extremamente minucioso e técnico, que envolve uma grande dose de paciência, conhecimento e habilidade. A montagem de qualquer modelo em escala, seja qual for, exige um estudo prévio e a obediência de toda uma sequência de passos que deve ser seguida à risca para se atingir a perfeição do que se quer representar. No momento que você está terminando de ler esta matéria, o modelo encontra-se em fase final de conclusão e muito em breve ganhará um lugar de destaque, à altura da conquista que ele representa. Acompanhe abaixo, algumas imagens do trabalho de confecção da aeronave.

Todas as fotos: João Carlos Felisbino

Gostaria de agradecer imensamente a todos que ajudaram na concretização deste projeto, em especial ao Felipe Canuto Miranda da FCM Decalques pela elaboração da folha de decais personalizada, ao Nilton José dos Passos, da Challenger Modelismo, pela indicação do João Carlos Felisbino, pessoa que efetivamente tornou meu desejo em realidade, superando todas as expectativas, entregando uma réplica perfeita em todos os detalhes. A este profissional dedicado, minha eterna gratidão.


quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Esquadrão VF-1 em Florianópolis

 

Pela segunda vez este ano, o 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (EsqdVF-1) da Marinha do Brasil, equipado com os caças AF-1B/C Falcão, está em Florianópolis. Em janeiro, o Esquadrão Falcão, como também é conhecido, já havia operado a partir da capital catarinense, participando do Exercício "Aspitantex". Desta vez, a presença da Unidade Aérea em Santa Catarina, está relacionada à Operação "Fraterno XXXVI", uma manobra naval conjunta com a Armada Argentina, que conta com meios de superfície de ambos os países, além de aeronaves da Aviação Naval brasileira. O treinamento está programado para acontecer a partir desta quarta-feira (23/8) até o próximo dia 30, no trecho compreendido entre os portos de Rio Grande/RS e Itajaí/SC. O final da manhã de ontem marcou a chegada dos aviões a Florianópolis e, na manhã de hoje, o site Aviação em Floripa obteve com exclusividade, acesso ao pátio da Base Aérea de Florianópolis para registrar em detalhes as aeronaves. São estas imagens, além de informações sobre o Exercício, que você vai encontrar a partir de agora. Boa leitura!


Chegada das duas aeronaves a Florianópolis, utilizando o código de chamada "Falcão Negro".

O Esquadrão VF-1 deslocou desde sua base de operações, em São Pedro da Aldeia, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, duas aeronaves para o treinamento, que mais uma vez está contando com o apoio logístico da Base Aérea de Florianópolis (BAFL), fornecendo alimentação e hospedagem para os militares da Unidade Aérea, sala de reunião para os Pilotos, além do seu pátio para a operação e abrigo dos aviões. A chegada aconteceu no final da manhã de ontem (22/8) e as aeronaves permanecem em Florianópolis até a próxima sexta-feira.


AF-1B Falcão, Matrícula N-1004.


AF-1C Falcão, Matrícula N-1021.

Chegando em sua 36ª edição, a Operação "Fraterno" é um dos mais tradicionais exercícios navais conjuntos da Marinha do Brasil, realizado desde 1978, em cooperação com a Marinha Argentina. O treinamento tem os objetivos de adestrar as tripulações nas diversas ações da guerra naval, promover o intercâmbio e a troca de experiências, além de reforçar a interoperabilidade e os laços de amizade entre as duas Marinhas. O Grupo-Tarefa brasileiro é composto pelas Fragatas Classe Niterói (modelo Vosper Mk.10), F-44 "Independência" e F-45 "União", além do submarino S-34 "Tikuna", pertencente à Classe de mesmo nome (modelo IKL-209-1400Mod). Dois helicópteros, um AH-11B Wild Lynx e um UH-12 Esquilo formam o componente aéreo dos navios. Do lado argentino, o treinamento tem a presença do Contratorpedeiro ARA "Sarandí" (D-13), da Classe Almirante Brown (modelo MEKO 360H2). 

De acordo com a Agência Marinha de Notícias, os exercícios entre os navios e aeronaves participantes envolvem uma série de atividades, tais como: navegação em baixa visibilidade; trânsito sob ameaça aérea e de superfície; operações com submarino; Leap Frog (quando é treinada a manobra de aproximação e a manutenção da posição relativa dos navios); Light-line (quando é exercitada a manutenção da distância entre dois navios, por intermédio de cabo de distância); transferência de carga leve no mar; operações aéreas; tiro de superfície; tiro antiaéreo sob granada iluminativa; entre outros treinamentos, dentro de um cenário que se aproxima de uma situação real de emprego do Poder Naval. O Exercício Combinado ocorre de 23 a 30 de agosto, em águas brasileiras, no Sul do país, na área marítima compreendida entre os Portos de Rio Grande/RS e Itajaí/SC. No dia 26/8, as duas Fragatas brasileiras e o Contratorpedeiro argentino, aportam em Itajaí/SC, onde permanecerão até o dia 29/8, data marcada para a chegada do submarino S-34 "Tikuna". Existe a possibilidade que durante o período na cidade, a F-44 "Independência" e o S-34 "Tikuna" sejam abertos à visitação pública.

O Esquadrão VF-1 trouxe a Florianópolis, as aeronaves AF-1B (monoposta) e AF-1C Falcão (biposta), com as Matrículas N-1004 e N-1021, respectivamente. Durante o treinamento, a função dos aviões é localizar e realizar ataques simulados contra os meios navais do Grupo-Tarefa. Para isso, voam baixo sobre o mar, evitando serem detectados e engajados pelos radares e sensores de direção de tiro das embarcações. O site Aviação em Floripa esteve na manhã desta quarta-feira (23/8) no pátio da Base Aérea de Florianópolis e traz aos seus leitores, a partir de agora, um conjunto de imagens exclusivas, mostrando as aeronaves destacadas para o Exercício. 























A data para a visita ao pátio da Base Aérea de Florianópolis e para a publicação desta matéria não poderia ser mais oportuna. Numa feliz coincidência, a data de hoje, 23 de agosto, marca o aniversário de 107 anos da Aviação Naval, uma história pautada por pioneirismo, persistência, superação e muito trabalho. Um Bravo Zulu, aos homens e mulheres do mar que, do ar, zelam pela soberania de nossa Amazônia Azul e com dedicação e profissionalismo fazem voar o componente aéreo da Marinha. Fica aqui registrada a nossa homenagem. Parabéns Marinha do Brasil! Parabéns Aviação Naval!

O site Aviação em Floripa gostaria de agradecer ao Comando da Base Aérea de Florianópolis e sua Seção de Comunicação Social, pelo acesso ao pátio operacional. Agradecimentos especiais ao Esquadrão VF-1 e ao seu Comandante, Capitão de Mar e Guerra José Assunção Chaves Neto, pela oportunidade em realizar as imagens que ilustram esta matéria. Deixo aqui registrado também, minha sincera gratidão ao 1SG-AV-RV Pereira, pela paciência e presteza em me receber e pelo acompanhamento de pátio.


sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Uma missão SAR com o 1º/1º GT

 


O Exercício EXTEC SAR do 1º Esquadrão do 1º Grupo de Transporte (1º/1º GT), que aconteceu em Florianópolis de 8 a 17 de agosto, trouxe à capital catarinense, uma das mais novas aeronaves da Força Aérea Brasileira, o KC-390 Millennium, um avião de transporte multimissão, escolhido pela FAB como um de seus pilares estratégicos e operacionais para a projeção do poder aéreo e integração do território nacional, tanto na atualidade quanto no futuro. Na tarde do dia 14 de agosto, o site Aviação em Floripa teve o privilégio em poder acompanhar uma missão de Busca e Salvamento a bordo desta fantástica aeronave. Como resultado, produzimos esta matéria especial, na qual convidamos nossos leitores a embarcarem juntos conosco, nas asas do Esquadrão Gordo. Escolha seu assento e tenha um bom voo!!

Nota Editorial: De forma a tornar a experiência mais próxima da realidade, adotamos para esta matéria o formato de reportagem fotográfica, com o passo a passo de uma missão de Busca e Salvamento sendo mostrado através de fotos e vídeos, na sequência em que as ações aconteciam. Sempre que necessário, abaixo das imagens, seguirá uma legenda, complementando ou explicando o conteúdo visual com informações adicionais. 

O voo que você vai acompanhar a partir de agora, envolveu uma das missões de treinamento do Exercício Técnico de Busca e Salvamento (EXTEC SAR) do Esquadrãio Gordo (1º/1º GT), aqui, composta pelo lançamento de fardos sobre a pista auxiliar 03/21 do Aeroporto Internacional Hercílio Luz e, na sequência, a realização de busca sobre área terrestre. Em 2016, o site Aviação em Floripa participou de um voo semelhante a bordo do KC-130M Hércules e agora, tivemos a oportunidade de refazer esta operação com seu sucessor, o KC-390 Millennium.



A aeronave em que acompanhamos o voo, o KC-390 Millennium com a matrícula FAB 2857, um dos dois que atualmente compõem a frota do Esquadrão Gordo.




Os fardos sendo embarcados na aeronave. Em uma situação real, cada um deles traz água, alimentos, kit de primeiros-socorros e diversos outros itens para as vítimas ou para as equipes de resgate em solo. Observe sobre os fardos, o alojamento do paraquedas, utilizado para suavizar e guiar a queda do equipamento.


Esta proteção nas laterais da rampa traseira, é chamada de corta-vento e sua função é reduzir a ação do vento durante o procedimento de lançamento dos fardos.

Vista geral do compartimento de cargas do KC-390. Este espaço pode ser rapidamente configurado de diferentes maneiras, de acordo com o tipo de missão.

Kit contendo as portas envidraçadas empregadas na missão de Busca e Salvamento (SAR) e os assentos para os Observadores. Durante o voo, as portas laterais traseiras são substituídas (uma delas pode ser vista à direita na foto) e os assentos encaixados e fixados no piso.

O grande destaque da porta utilizada para as missões SAR é esta bolha de observação, permitindo uma visão muito mais ampla em todas as direções.

Briefing da tripulação antes do voo.

Os procedimentos pré-voo incluem o check list, a fim de verificar se todos os equipamentos e instrumentos de voo estão funcionando de forma correta e o repasse do plano de voo à Torre de Controle. Somente após cumprir estas etapas, a aeronave está autorizada para iniciar o taxiamento e prosseguir para a decolagem.



Táxi em direção à cabeceira 32 para a decolagem.

Clique sobre o banner acima para assistir ao vídeo.

Após a decolagem pela cabeceira 32, a aeronave seguiu para a primeira parte da missão, o lançamento individual dos seis fardos a bordo sobre a pista auxiliar 03/21. Para esta tarefa, é utilizada a rampa traseira da aeronave, que é baixada em voo. O procedimento incluiu a realização de circuitos a baixa altura sobre a Baía Sul e o posterior alinhamento com a pista para a conclusão da operação. Embora a tarefa seja facilitada por um indicador luminoso de lançamento junto à rampa, é uma atividade que exige bastante prática, a fim de que o fardo caia o mais próximo possível da posição desejada. Exercícios como o EXTEC SAR têm esse objetivo, ou seja, adestrar as tripulações para que em situações reais, a ajuda que vem do céu possa ocorrer com a máxima eficiência possível. As Unidades Aéreas da FAB que executam a missão de Busca e Salvamento mantêm uma rotina anual de treinamentos com o objetivo de qualificar Pilotos, Mestres de Carga e Observadores nas diversas técnicas e peculiaridades que envolvem este tipo de tarefa.

Circuitos realizados pelo FAB 2857 sobre a Baía Sul e a pista auxiliar 03/21, durante o voo que acompanhamos. Fonte: print de tela do site Flightradar24





Preparativos para o lançamento dos fardos.





Sequência de lançamento do fardo.

Painel luminoso composto por cores (vermelha, amarela e verde), que indicam o momento certo para o lançamento de cargas pela rampa traseira,

Clique sobre o banner acima para assistir ao vídeo. Embora possa parecer à primeira vista, arriscado ficar tão próximo da extremidade da rampa, todos utilizam um equipamento sobre o macacão de voo, que é preso ao piso da aeronave, garantindo a segurança da operação.








As belas paisagens da Ilha de Santa Catarina e região próxima, emolduradas na janela do KC-390.

Finalizado o lançamento dos fardos, rampa traseira fechada, é hora da segunda etapa do treinamento, a busca sobre área terrestre. Uma região localizada no litoral norte de Santa Catarina, próxima à cidade de Barra Velha, foi reservada para o exercício. Aqui entram em cena os Observadores e com eles, outro predicado indispensável para as missões SAR, a atenção. Quando se está procurando uma pessoa ou objeto sobre o terreno ou a superfície do mar, nenhum detalhe pode passar despercebido. Uma pequena distração pode representar uma grande diferença para quem está aguardando ser resgatado. Para a atividade de busca, as portas envidraçadas e os assentos são instalados em seus respectivos lugares. 

Área utilizada para a busca sobre terra, tanto pelo KC-390 quanto pelo C-130, durante o treinamento EXTEC SAR. As linhas na imagem mostram a trajetória feita pelo FAB 2857 no voo que acompanhamos. Fonte: print de tela do site Flightradar24

Em missões de Busca e Salvamento, se utilizam portas específicas para esta finalidade, geralmente envidraçadas e com bolhas de observação. Um fato curioso e digno de nota é que, ao invés de outras aeronaves, como o C-130 Hércules por exemplo, onde essas portas são colocadas antes do voo, no KC-390, a operação é feita durante a missão, com o avião no ar, um sistema engenhoso desenvolvido pela Embraer. Tal funcionalidade permite que as portas laterais traseiras (que são pressurizadas), sejam rebatidas para cima. Em seus lugares, a tripulação encaixa as portas envidraçadas, que não são pressurizadas, ou seja, só podem ser utilizadas em altitudes mais baixas. Cabe ressaltar que isto não acarreta nenhum tipo de problema ou prejuízo à operação de busca, pelo contrário, pois a tarefa é justamente realizada próxima à superfície do mar ou terra. Esse sistema permite ao avião voar até a área de operações em altitude de cruzeiro e descer o nível de voo apenas no local demarcado para a missão, resultando em uma substancial economia de combustível, que pode ser utilizado para a atividade-fim. Outro diferencial do KC-390 é sua capacidade de ser reabastecido em voo, aumentando seu tempo de permanência sobre a área de buscas.







Procedimento de troca das portas em voo e fixação dos assentos de observação. 

O sistema desenvolvido pela Embraer, permite o rebatimento da porta normal de operações, que é pressurizada, para a parte de cima.

Clique sobre o banner acima para assistir ao vídeo. Importante destacar que os dois militares responsáveis pela operação de substituição da porta, estavam recebendo instrução no uso dos equipamentos. No vídeo é possível observar uma certa dificuldade de um deles em armar a porta. O exercício serve justamente para isso, capacitar e praticar todos os procedimentos, para que em uma situação real, tudo aconteça de forma rápida e correta.






O trabalho solitário e de extrema atenção dos Observadores é essencial para o sucesso da missão de busca. 

Imagem do interior da bolha de observação. Esse dispositivo permite um expressivo aumento do campo de visão do Observador em todas as direções.

Além dos assentos que compõem o kit, o KC-390 ainda dispõe de duas janelas extras na parte dianteira do compartimento de carga que também podem ser utilizadas para a tarefa de observação.  Complementando a tarefa de Busca e Salvamento, o KC-390 pode receber um pod de navegação e aquisição de alvos Rafael Litening III, instalado sob a fuselagem dianteira, auxiliando na condução do voo e na busca e identificação de objetos durante a noite ou com baixa visibilidade, através de câmeras e sensores eletro-óticos e infravermelho.

O KC-390 possui duas janelas na parte da frente do compartimento de cargas que também podem ser utilizadas como postos de observação.

Pod de navegação e aquisição de alvos Litening III, no destaque. Na parte superior da aeronave, pode ser vista a lança com a sonda para reabastecimento em voo.

Perfil geral do voo que o site Aviação em Floripa acompanhou para esta matéria. Observe que durante boa parte do regresso para Florianópolis, a aeronave veio contornando o litoral.

Remontagem do kit e fechamento da porta pressurizada.

Após a busca sobre área terrestre, chegou o momento de regressar para a Base Aérea de Florianópolis. Antes porém, é preciso fazer o procedimento inverso de troca das portas e a remontagem e fixação de todo o kit na sua base. Fechando esta experiência com chave de ouro, nos foi dada a oportunidade em acompanhar boa parte da perna de volta lá em cima, na cabine de comando. Banhadas pelo sol de fim de tarde, a chamada hora mágica, as belas paisagens do litoral catarinense, ganharam um colorido especial.





Clique sobre o banner acima para assistir ao vídeo.


De volta à terra firme, depois de quase três horas de voo, ficou a certeza que a Força Aérea Brasileira tem em mãos uma aeronave capaz de cumprir com a mesma eficiência ou até mais, todas as missões que até então eram de responsabilidade do C-130 Hércules, uma lenda e um ícone da Aviação de Transporte que muito em breve, deixará os céus brasileiros e os olhares daqueles que amam e respiram Aviação, órfãos de sua silhueta e do som inconfundível dos seus quatro motores Allison T56. Para aqueles que um dia venham a precisar do serviço de Busca e Salvamento da FAB, continua atual a frase proferida pelo Tenente Velly, um dos sobreviventes do C-47 FAB 2068: "Eu sabia que vocês viriam!", quando em 26 de junho de 1967, após dias de incessantes buscas a aeronave foi finalmente localizada.

O Editor do site com toda a tripulação do FAB 2857, após o voo.

Gostaríamos de agradecer à Força Aérea Brasileira, ao Comando de Preparo, ao Centro de Comunicação Social da Aeronáutica e à Seção de Comunicação Social da Base Aérea de Florianópolis por esta oportunidade ímpar. O site Aviação em Floripa cumpre mais uma vez, seu papel em poder levar aos para seus leitores, as atividades e ações realizadas pela FAB, Instituição que há mais de oito décadas é a responsável por Controlar, Defender e Integrar nossa nação. Agradecimentos ao Esquadrão Gordo e a toda a tripulação do FAB 2857, em especial, ao Comandante da aeronave, Major-Aviador Pacheco, pela simpatia com que nos recebeu e pelo apoio ao nosso trabalho. Esperamos que esta matéria tenha ficado a altura de todo o suporte que nos foi dado. No Gelo, no Revo, na Busca... Gordo! Gordo! Gordo!