Entre os dias 5 e 22 de março, a
Base Aérea de Florianópolis (BAFL) está recebendo três esquadrões da Aviação de
Asas Rotativas da Força Aérea Brasileira (FAB). Trata-se do Exercício
Helicóptero TA, organizado e coordenado pela Segunda Força Aérea (II FAE) e que
envolve o treinamento de missões de tiro aéreo, de forma a simular situações
contra alvos de baixa performance, como por exemplo, um avião de pequeno porte
ou mesmo outro helicóptero.
Fazem parte do treinamento, o
Segundo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (2º/8º GAv), Esquadrão Poti, com
sede na Base Aérea de Porto Velho (RO), equipado com os helicópteros Mil
Mi-35M, de fabricação russa e conhecidos na FAB como AH-2 Sabre, o Quinto
Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAv), Esquadrão Pantera, procedente
de Santa Maria (RS) e o Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º
GAv), Esquadrão Harpia, sediado na Base Aérea de Manaus (AM), sendo o vetor
utilizado por ambas as unidades, o Sikorsky H-60L Black Hawk.
Helicópteros H-60L Black Hawk do Esquadrão Harpia
Mil Mi-35M do Esquadrão Poti
H-60L Black Hawk do Esquadrão Pantera
O exercício, que acontece pela
primeira vez em Santa Catarina, tem o objetivo principal de capacitar e
aprimorar as tripulações envolvidas nas missões de interceptação, engajamento
de alvos e tiro aéreo, inserindo e integrando os esquadrões participantes ao
Sistema de Defesa Aéreo brasileiro, fazendo com que estas unidades estejam
aptas a atuarem de forma efetiva em missões de policiamento do Espaço Aéreo,
sobretudo em prol dos grandes eventos dos quais o Brasil será sede, como por
exemplo, a Copa das Confederações, Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas.
O ineditismo também se reflete no
formato da manobra. É a primeira vez que as três unidades executam o
treinamento de forma conjunta, uma vez que antes, cada esquadrão realizava sua própria
campanha de tiro aéreo. Para os pilotos do Esquadrão Harpia, o sentimento de
ansiedade e as expectativas pelo treinamento são maiores, pois é a primeira vez
que realizam o exercício de tiro aéreo, atividade recentemente incorporada ao
leque de missões da unidade.
Além dos helicópteros, participa
do exercício uma aeronave Embraer EMB-202A, conhecida como Ipanemão. Pertencente
ao Clube de Voo a Vela (CVV) da Academia da Força Aérea (AFA), a aeronave tem a
função de rebocar a biruta (uma faixa de tecido que simula o alvo aéreo no qual
as tripulações dos helicópteros vão realizar o treinamento de tiro aéreo).
Aeronave G-19A Ipanemão
Piloto aguarda o momento para iniciar o táxi para mais uma missão.
Detalhe do emblema do CVV/AFA.
Durante um dia de treinamento,
com condições meteorológicas favoráveis, cada unidade faz uma ou duas missões. Geralmente
atuando em dupla, chamada no meio aeronáutico de elemento, os helicópteros
seguem o avião reboque até a área de treinamento. Lá, de maneira coordenada e
de acordo com as peculiaridades e o envelope de emprego do armamento do
helicóptero, a aeronave reboque posiciona-se de forma a permitir o
enquadramento e os disparos no alvo.
Na imagem, pode ser observada a aeronave G-19A Ipanemão rebocando a biruta e dois helicópteros MI-35M do 2º/8º GAv, retornando de mais uma sessão de treinamento.
Os helicópteros participantes do
treinamento utilizam armamentos distintos. O Mi-35M é equipado com um canhão de
cano duplo de 23 mm localizado na parte dianteira da aeronave, sendo assim, o
piloto deve posicionar o helicóptero de forma perpendicular ou levemente
inclinado em relação à biruta, a fim de permitir o tiro frontal do artilheiro.
Já o Black Hawk utiliza uma ou duas metralhadoras giratórias com seis canos de
7,62 mm, instaladas nas laterais da aeronave, devendo a mesma ficar posicionada
de forma paralela à biruta, para efetuar os disparos.
Finalizado o exercício, no
retorno ao aeroporto, antes do pouso, a aeronave reboque alija a biruta, que é
prontamente recolhida pela equipe de apoio no solo e levada ao pátio da BAFL,
onde os técnicos e pilotos vão conferir seus acertos. Embora todas os helicópteros participantes tenham possibilidade de utilizar munição com pigmentação, em Florianópolis, apenas os Mi-35M a utilizaram, permitindo que cada artilheiro pudesse identificar seus respectivos acertos.
O apoio logístico e de
infraestrutura propiciado pela Base Aérea de Florianópolis e a proximidade da
área de exercício (localizada sobre o mar, em espaço aéreo restrito e reservado
para treinamento militar), resultando em substancial economia de tempo e de
combustível, foram fundamentais para a escolha da capital catarinense para a
realização da manobra.
Paralelamente ao treinamento de
tiro aéreo, o 5º/8º GAv também está participando da edição 2013 do Exercício
Guasca. Fazendo parte do programa anual de treinamento do Esquadrão Pantera, é
tradicionalmente realizado em Florianópolis, pelas mesmas razões elencadas no
parágrafo anterior. Tem por objetivo qualificar e aprimorar os integrantes da
unidade em missões de busca e salvamento em ambientes aquáticos. Localizada em
frente à Base Aérea de Florianópolis, as calmas e abrigadas águas da Baía Sul
constituem o cenário perfeito para o exercício.
Helicóptero H-60L Black Hawk participando da Guasca 2013.
O blog Aviação em Floripa
gostaria de agradecer à Comunicação Social da Base Aérea de Florianópolis, em
especial à Tenente Gabriela, pelo
convite e pela oportunidade de estar presente em mais um treinamento realizado
pela Força Aérea Brasileira. Cumprimos desta forma, o objetivo principal do
blog, que é poder informar e mostrar às pessoas de que forma é feito e a
finalidade do trabalho realizado diuturnamente pela FAB, o qual muitas vezes
passa despercebido por grande parte da população. Agradecimentos também ao
Primeiro Tenente Aviador Leopoldo,
do 7º/8º GAv, ao Segundo Tenente Aviador Zilio,
do 5º/8º GAv e ao Major Aviador Martins, do 2º/8º GAv, pelo acompanhamento e pelas informações fornecidas a respeito do
exercício. Sem o apoio destes profissionais esta matéria não seria possível.
Nota editorial: A partir de agora seguem alguns registros feitos durante o Exercício, lembrando que por motivos de segurança, fotos em que apareçam o rosto ou identificação das equipagens e demais integrantes das unidades de asas rotativas foram propositalmente borradas.
2 comentários:
ÓTIMO material. Muito legal saber que há uma fonte de informações sobre as operações aéreas de Floripa..
PARABÉNS pelo material
Great article. Thank you for sharing your insight on this topic.
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